A Aston Martin não se cansa de anunciar novidades e planos. Culpa do CEO, Andy Palmer, um ex-executivo da Nissan que agarrou a oportunidade de comandar a fabricante britânica com um entusiasmo de dar inveja. O inglês quer lançar em breve o primeiro SUV da marca, o DBX, dobrar a produção dos Aston Martin sem o risco de diluir o prestígio da empresa e ainda deverá ter o privilégio de apresentar o carro mais extraordinário que a Aston Martin já produziu em seus mais de 100 anos. Enquanto o carro não aparece em sua forma definitiva de produção, a marca revela detalhes saborosos do projeto de Adrian Newey, como o motor desenvolvido em parceria com a Cosworth. E que motor...
Adrian Newey é um dos projetistas de F1 mais vitoriosos de todos os tempos. Por brio profissional, ele pretende que seu carro seja tão ou mais revolucionário do que o McLaren F1, fruto de outra mente brilhante, a de Gordon Murray. A exemplo dele, seu motor será um V12, mas de 6,5 litros, em vez dos 6,1 litros do V12 BMW do F1. A potência também é significativamente mais alta: 1.014 cv, contra 636 cv. Quando mostramos o que poderá ser a forma final do Valkyrie, mencionamos uma potência de 1.146 cv. A diferença deve ficar por conta de um sistema híbrido que a Aston Martin promete ser inovador. E cujos detalhes conheceremos só mais adiante. Por ora, o que interessa é que o novo V12 do Valkyrie, desenvolvido com a ajuda da Cosworth, passa dos 1.000 cv sem nenhuma ajuda. Nada de turbo. Nem de compressor mecânico. Esse bicho é naturalmente aspirado. E gira até 11.100 rpm! Ouça-o no vídeo abaixo.
Diz a Aston Martin que o motor urra desse jeito com absoluta segurança em termos de durabilidade, mas não menciona qual seria a vida útil do doze-canecos. A potência de 1.014 cv é atingida a 10.500 rpm, enquanto o torque máximo, de 75,5 kgfm, chega a "apenas" 7.000 rpm. Para um carro com 1.030 kg de peso, dos quais o motor contribui com 206 kg, não haverá de ser problema. Como base de comparação, 1.030 kg tinha o VW Gol Rallye de 2013... Vale reforçar que o Valkyrie também terá um sistema híbrido, com um motor elétrico que deverá entregar mais um caminhão de torque ao modelo.
Além de ser uma obra de arte de engenharia, com um virabrequim 50% mais leve que o do V12 do Aston Martin One-77, e outras peças usinadas a partir de titânio sólido, o motor é um elemento estrutural do Valkyrie. Se ele for retirado, nada unirá as rodas dianteiras ao restante da carroceria. A Aston Martin julga que este V12 será a expressão mais perfeita do motor de combustão interna. Talvez seja também um belíssimo canto do cisne em tempos de busca por emissões baixas e mais eficiência energética.
