Muitas vezes, o trabalho de investigação de segredos não depende apenas de fontes, mas também da indiscrição de envolvidos em algum lançamento. Recentemente, uma produtora de vídeo disse em redes sociais ter feito filmagens no frio de Campos do Jordão de um importante lançamento para os próximos meses. A mesma produtora que fez os materiais para o Toyota Yaris. Pois dois leitores do site FlatOut!, Daniel e Rafael Mota, fotografaram no mesmo período, naquela cidade, dois hatchbacks médios sutilmente disfarçados. Quem estivesse em dúvida sobre os veículos já mataria que se tratava de algo da Toyota por eles estarem acompanhados por um Corolla. Mas nem é preciso muito esforço para notar que os hatchbacks são unidades do novo Auris, também chamado nos EUA de Corolla iM. Coincidência? Duvidamos. Elogiadíssimo pela imprensa especializada, o novo modelo não faria o menor sentido para o Brasil se viesse apenas como o que é: um hatchback médio. O segmento perdeu muito de sua relevância, preterido pelos SUVs e crossovers compactos e médios. Tudo indica que ele virá ao Brasil, importado do Japão, para se tornar uma opção de híbrido mais em conta na linha da marca japonesa. Pioneira justamente em modelos com motorização elétrica e a combustão ao mesmo tempo.
Com 4,37 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,44 m de altura e um entre-eixos de apenas 2,64 m, o novo hatchback é o parente mais próximo do Corolla a usar a nova plataforma modular da Toyota, a TNGA, que já está na estrutura de Prius, Camry e C-HR. Em sua versão híbrida, ele ainda não usa o fantástico motor Dynamic Force, com eficiência energética de 40%, mas sim o 1.8 usado atualmente pelo Prius. O mesmo que a Toyota quer transformar em flex. Faria bastante sentido se o Auris já chegasse ao Brasil com a opção de ser reabastecido com etanol.
Ainda que as filmagens de divulgação do carro tenham sido feitas agora em agosto, apresentar o hatchback médio híbrido antes do Salão do Automóvel, em novembro, poderia ser queimar cartucho. São Paulo também é a cidade em que o Auris híbrido poderia ter mais sucesso, tendo em conta a isenção de rodízio para modelos deste tipo. Ainda que custe caro, entre R$ 90 mil ou R$ 100 mil, o hatchback seria uma opção muito mais barata em relação ao Prius, que custa atualmente R$ 126.600.
A quantidade de híbridos e elétricos vendidos no Brasil ainda é muito baixa, mas, só no ano passado, o número de vendas de modelos deste tipo foi três vezes maior do que em 2016. 2018 promete ser ainda melhor mesmo sem os estímulos a modelos deste tipo prometidos pelo Rota 2030. E também pelo Plano Nacional de Eletromobilidade, que o governo desenvolve para estimular o consumo deste tipo de veículo. A promessa é que ele seja apresentado em novembro. Na mesma época do Salão do Automóvel. Coincidência? Duvidamos mais uma vez. Aguarde por um híbrido moderno, mais barato e possivelmente flex.