Quando criou o Veloster, a Hyundai deve ter achado que arrebentaria a boca do balão com o belo estilo do carro e o fato de ele ter três portas. Mas a marca descobriu a duras pelas que batizar um carro com um nome que sugere esportividade e que a promete no estilo sem entregá-la devidamente pode ser um tiro no pé. O Veloster virou meme e piada de carro lento. Tudo porque era equipado com um motor 1.6 anêmico para sua proposta. Até houve uma tentativa de resposta, com o Veloster Turbo, mas ele não chegou a remediar o estrago. Espera-se que a segunda geração do modelo, apresentado no Salão de Detroit, seja suficiente para isso. Ainda mais em sua versão mais potente, a N, que conta com um motor 2.0 de 275 cv (202 kW), que a Hyundai erroneamente informa serem 275 hp (205 kW).
Desenvolvido no circuito de Nürburgring Nordschleife, o Veloster N promete uma dinâmica afiadíssima, capaz de competir com a do VW Golf GTI, o rei dos hot hatches. Ele é mais baixo e traz pneus maiores do que os do Veloster comum. Que também foi revelado em Detroit com motores 2.0 naturalmente aspirado, o mesmo com que o Elantra é vendido no Brasil, e o 1.6 T-GDI que equipa o Tucson. Mas falaremos dele só mais adiante. Por ora, vamos nos concentrar no N, que tem pneus 225/40 R18 Michelin Pilot SuperSport de série e pode vir também com pneus 235/35 R19 Pirelli P-Zero, opcionais. Os do Veloster de entrada são 215/45 R17 ou 225/40 R18 nas versões Turbo. E as patas mostram bem a diferença de força entre estes animais.
O Veloster de segunda geração tem 4,24 m de comprimento, 1,80 m de largura, 1,40 m de altura e 2,65 m de entre-eixos, com porta-malas de surpreendentes 564 litros. Ele pesa de 1.225 kg, na versão 2.0 mais simples, a 1.355 kg na mais equipada. A N não teve seus dados técnicos divulgados a não ser alguns, como os do motor. Ele atinge 275 cv a 6.000 rpm e 36 kgfm entre 1.450 rpm e 4.700 rpm, com taxa de compressão de 9,5:1. O câmbio é manual de 6 marchas e tem sistema que facilita reduções de marcha. A Hyundai também detalhou os freios, com discos ventilados nas quatro rodas (330 mm na dianteira e 300 mm na traseira, com 345 mm/315mm opcionais), e um sistema de personalização do modo de dirigir. Chamado de N Grin Control System, ele tem quatro modos de condução: Normal, Sport, N, Eco e N Custom. Ele atua sobre a resposta do acelerador, ronco do motor, ajuste do diferencial ativo, na atuação dos amortecedores, na direção, ângulo de guinada e no casamento das rotações do motor com as marchas.
Com início de produção marcado para setembro, em Ulsan, na Coreia do Sul, o Veloster N chega ao mercado norte-americano pouco depois, no último trimestre de 2018. Fica nossa torcida para que ele seja vendido também por aqui na mesma época. Ou no comecinho de 2019, vá lá...
Com relação às versões mais "civis" do novo Veloster, não esperamos que ele seja vendido a preços acessíveis, o que elimina de cara o 2.0 naturalmente aspirado. Se ele vier para cá (e deveria vir), teremos provavelmente o Veloster a partir da versão R-Spec, com o motor 1.6 T-GDI. No esportivo, ele deverá render 205 cv a 6.000 rpm e 27 kgfm entre 1.500 rpm e 4.500 rpm. Sempre casado com o câmbio automatizado de dupla embreagem e 7 marchas da marca. O mesmo usado hoje no Tucson.
Dizemos "deverá" porque esses são números preliminares, que ainda podem mudar até o lançamento do modelo nos EUA. Ele deve acontecer pouco depois do início da produção do modelo, marcado para março deste ano em Ulsan. Como se pode notar, há casos em que a sequência é (bem) melhor do que o primeiro filme da série.
