A FCA já tem seu plano estratégico até 2022. Considerado o canto do cisne da administração de Sergio Marchionne, que se aposenta em 2019, o plano traz boas novidades para nossa região. A principal delas é que a Jeep atuará por aqui no segmento de veículos de 7 lugares. Provavelmente com o Grand Wagoneer, mas ainda não dá para excluir a fabricação do Grand Commander também por aqui. Mas também há uma picape média, fabricada sobre chassi, que o pessoal do Autos Segredos já havia adiantado e que foi, agora, confirmada oficialmente. Terá a marca RAM.
Do plano estratégico também constam projeções para a Alfa Romeo e a Maserati, mas nada sobre Dodge, Chrysler, Lancia ou Fiat. Em declaração dada no Salão de Detroit, Marchionne disse que a FCA não abandonaria o segmento de carros de passeio comuns, onde atua bem com a Dodge (e com a Fiat, na Europa), mas não mencionou nem a Lancia nem a Chrysler. Que provavelmente sairão de circulação em poucos anos. A Fiat ainda é muito forte em países emergentes, como o Brasil, e a Dodge vai eventualmente se segurar com novos produtos. Das duas, só a Fiat foi citada. Diz Marchionne que a empresa terá um modelo de 7 lugares, maior que o Compass e mais dois crossovers, um do segmento A (para competir com o Kwid) e um do segmento B (no mesmo segmento do Jeep Renegade). E modelos da família 500 eletrificados. Não sabemos se estes chegarão por aqui, mas os demais são certeza. Inclusive para produção no Brasil.
Questionado na coletiva de imprensa, Marchionne disse que ainda há espaço para Chrysler, mas que ele não será tão relevante quanto já foi. Em suma, deverá se restringir ao mercado norte-americano. Quanto às demais marcas, o fato de não terem sido citadas é preocupante. Especialmente diante da revelação dos planos para as marcas mais relevantes do grupo.
De longe, a mais importante é a Jeep. Além do Grand Wagoneer, que será um modelo de luxo, no segmento F do mercado (acima do Grand Cherokee, que também terá 7 lugares), o material confirma outro modelo além do Grand Commander com 3 fileiras de bancos, a picape Jeep, baseada no Wrangler, um Renegade inteiramente novo, uma reestilização do Compass e um Jeep para o segmento A, ou seja, um subcompacto que certamente estará no mercado indiano, mas que também tem grandes chances de ser vendido no Brasil. Nas legendas, o que se vê é que o Renegade, Compass e Cherokee poderão ter versões plug-in híbridas ou mesmo inteiramente elétricas até 2022. A FCA também promete autonomia de nível 3 até 2021.
Entre as tecnologias de eletrificação da FCA estão o sistema híbrido tradicional, já presente, por exemplo, na Chrysler Pacifica, o plug-in híbrido e um sistema chamado pela empresa de E-Booster. Provavelmente um sistema de turbocompressão com assistência elétrica, que elimina completamente o turbo lag e entrega motores até 25% mais potentes. Devemos ter notícias dessa nova tecnologia muito em breve, provavelmente em algum modelo da Alfa Romeo. Que terá ótimas novidades até 2022.
A mais legal delas é o Giulietta, o hatchback de tração traseira que fazia todo o sentido desde o lançamento do Giulia e da plataforma Giorgio. Ou será que não? Porque a Alfa também trará o GTV e o 8C de volta à vida até 2022. O GTV terá quatro lugares, motor com E-Booster de mais de 600 cv, tração nas quatro rodas e perfeita distribuição de peso entre os eixos. Sobre o 8C, a empresa já adiantou que ele terá chassi de fibra de carbono, motor central e eixo dianteiro com motor elétricos, para uma tração também nas quatro rodas. A Alfa terá também um crossover menor do que o Stelvio e um maior, na categoria E. Provavelmente de olho no mercado chinês, o Giulia e o Stelvio terão também versões de entre-eixos mais longo (LWB, ou long wheelbase). Com os novos produtos, a Alfa imagina que terá uma cobertura de 71% do mercado. E que poderá chegar a 400 mil unidades produzidas até 2022. Todos os segmentos de mercado terão opções híbridas plug-in.
Na parte que cabe à Maserati, a notícia de um SUV menor do que o Levante deve ter animado os acionistas, mas os entusiastas ficaram felizes mesmo é com a confirmação da produção do Alfieri, um esportivo extraordinário que nasceu como conceito em 2014, com motor V8 Ferrari, mas que deve ser lançado como um elétrico de respeito, com aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 2 s.
O esportivo elétrico também será capaz de atingir máxima de mais de 300 km/h, terá tração nas quatro rodas e spaceframe de alumínio, o que lhe permitirá uma economia de peso de 175 kg em relação ao um modelo com motor a combustão equivalente. Em suma, um modelo para deixar o Tesla Roadster ligeiro.
