Assim como o Museu Nacional, a Lancia é um patrimônio que queima diante dos olhos dos fãs da marca. Candidatíssima a ser tirada do mercado pela FCA, ela teve modelos míticos recriados para os tempos modernos, como é o caso do New Stratos. Mas seus fãs não pararam por aí nas reverências a seu passado glorioso. Eugenio Amos, fundador da Automobili Amos e piloto profissional, resolveu dar uma nova vida a outra lenda da marca, o Lancia Delta Integrale, um verdadeiro bicho-papão de ralis em seus tempos de competição. Para a empreitada, Amos convocou 20 unidades do Delta Integrale 16V ("são mais baratos que os Evoluzione, que devem ser preservados", disse ele à Classic Driver), um time de engenheiros e um bocado de dedicação para entregar ao mundo o Lancia Delta Futurista.
Segundo Amos, mais de 1.000 componentes do carro original foram substituídos. A carroceria foi toda refeita em alumínio moldado à mão por artesão especializados. O motor 2.0 turbo, que rendia originalmente 200 cv, passou para 330 cv e foi completamente renovado, assim como a transmissão e seus componentes. Com uso intensivo de fibra de carbono, inclusive na tampa do cabeçote do motor, o peso do modelo foi reduzido de 1.383 kg para 1.250 kg. O empresário diz que uma nova geometria de suspensão permitiu que o modelo passasse a ter comportamento de sobresterço, ou seja, a sair de traseira, em vez do subesterço (sair de frente) que caracterizava o modelo original.
A receita que Amos seguiu é exatamente a mesma que a Singer adotou com os Porsche: aperfeiçoar o que já era muito bom, com respeito à tradição da marca. Tanto que o próprio Rob Dickinson, fundador da Singer, já encomendou sua unidade do Lancia Delta Futurista. Faltam apenas 19. Amos disse inicialmente que queria fazer apenas 15, mas a demanda deve ter sido muito mais alta do que ele esperava. Não à toa: o Delta Futurista deve ser extraordinário de dirigir.
