Considerado o carro mais bonito da história da Volkswagen em todo o mundo, o SP completou no dia 26 de junho 50 anos do seu lançamento no Brasil. Para celebrar a data especial, a Volkswagen realizou no último sábado (25) um encontro de diferentes gerações de executivos e entusiastas do modelo para relembrar histórias do processo de criação e desenvolvimento do SP1 e SP2.
No evento realizado no Motor Park, primeiro parque temático de mobilidade do Brasil, no Haras Tuiuti, no interior de São Paulo, os membros do SP2 Club reuniram 18 unidades do clássico em um dos maiores encontros do modelo realizado desde a década de 1970.
Design esportivo e chassi de Variant
“A pedido do presidente da Volkswagen na época, Sr. Rudolf Leiding, iniciamos os primeiros desenhos do SP na década de 1960. Procurei desenhá-lo bastante baixo e com vidros inclinados, dando o ar de esportividade que pensava. Já no primeiro esboço, consegui deixá-lo como queria”, relembrou o designer José Vicente Martins, conhecido como “Jota”, que na época integrava o time de Design da VW, chefiado por Márcio Piancastelli.
Maquete do VW SP em escala reduzida tem lugar de destaque na fábrica de São Bernardo do Campo (SP)
Com os primeiros desenhos em mãos, o desafio de criação de um modelo no Brasil e produzi-lo em escala começaram a aparecer. Executivos de todas as áreas se uniram para encontrar o melhor caminho para conceber o esportivo.
“O primeiro desafio que tivemos foi construir uma carroceria com componentes de chapa rebitados, e não soldados. Após estudos e tentativas, chegamos à conclusão que não era viável esse processo de produção. Então, passamos ao processo tradicional de fabricação de carrocerias”, relatou o engenheiro Claudio Menta, um dos “pais” do SP2.
SP1 do acervo da Volkswagen na fábrica Anchieta
“Não era comum criar carros no Brasil na época. Por conta disso, originamos o SP de um carro alemão, usando o chassi da Variant, e construímos um carro novo em cima dele”, explicou Jota.
O Volkswagen SP foi lançado oficialmente em um evento para jornalistas no Iate Clube Santa Paula, na capital paulista, e para a rede de concessionários na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP).
Raro, VW SP1 é um ilustre desconhecido
O SP1 era equipado com o motor 1.6 boxer (cilindros contrapostos) a gasolina de 65 cv de potência. O modelo teve apenas 88 unidades fabricadas entre 1972 e 1973, enquanto o SP2 superou os 10 mil exemplares.
As principais diferenças entre o SP1 e o SP2 eram a cilindrada do motor e o acabamento interno, que no SP1 era mais simples, pois não contava com apoio de braço entre os bancos dianteiros, não tinha relógio elétrico e nem medidor de temperatura do motor e o acabamento interno era sintético em vez de couro natural, como no SP2.
Já o SP2, além de ser mais luxuoso, era movido pelo motor boxer de 1.7 litro de 75 cv. O cupê ainda trazia painel em peça única com instrumentos incomuns para a época, como amperímetro e termômetro do óleo do motor.
Ficha técnica distribuída na época do lançamento detalha as diferenças entre os modelos SP1 e SP2
“O SP foi um ‘halo car’, um modelo único. O time de design da época foi genial no desenvolvimento desse carro, trazendo um motor traseiro, mas com capô bastante alongado, e uma linha traseira espetacular, com um tratamento de superfície envolvendo as lanternas e o para-choque com um trabalho excepcional. E, claro, é possível enxergar traços nos outros projetos que foram criados no nosso estúdio aqui no Brasil como Gol, Brasília e Fox”, elogiou José Carlos Pavone, Head de Design da Volkswagen América Latina.
VW SP2 em evento na Alemanha
André Drigo, Gerente Executivo de Desenvolvimento de Produto, reforça: “Essa celebração de 50 anos não é apenas do SP. Esse carro representou nos anos 1970 um marco na indústria como um todo. É muito interessante podemos ver vários itens e definições que surgiram na época, mas que que seguem funcionais até hoje. Certamente utilizamos algumas teorias e conceitos dessa época e aplicamos nos novos modelos em desenvolvimento”.
