Muito se fala em veículos autônomos, mas eles ainda são apenas objeto de pesquisa e de polêmicas, quando se fala, por exemplo, no Autopilot da Tesla. Que não é, de forma nenhuma, um sistema autônomo de condução. Na verdade, nenhum carro atual pode se guiar completamente sozinho. E os que tentaram, como o do Uber, já se envolveram até em morte. Isso não impede que as pesquisas continuem. Nem que a Volvo tenha uma visão bastante interessante sobre o novo mercado que eles podem oferecer. Segundo a marca, um autônomo não é ameaça apenas a quem ama dirigir e pode se ver privado deste gosto. É também um competidor respeitável contra companhias aéreas, especialmente àquelas linhas que não passam de 300 km. O conceito Volvo 360c seria a comprovação deste risco ao negócio da aviação.
A Volvo não informa nenhum dado técnico do modelo. Não por acaso: tanto faz se ele tem 100 cv ou 500 cv, se vai de 0 a 100 km/h em 2 s ou se faz curvas de modo esportivo. A proposta aqui é outra e a Volvo faz questão de dizer que está disposta a ser uma das primeiras a colocá-la à disposição. Com o 360c, ela quer que o carro não seja mais um veículo, mas sim um espaço em que o passageiro pode escolher como passar seu tempo indo de um lugar ao outro: dormindo, trabalhando ou conversando com a família. Tudo sem ter de se ocupar com o trânsito. "Trabalho, relacionamentos e bem estar não precisam esperar enquanto você se desloca", diz o vídeo abaixo em sua conclusão. Mais ou menos o mesmo argumento que fisgou tanta gente com os smartphones.
O que é lamentável é que a Volvo diga que quer estabelecer um novo padrão de comunicação entre seus autônomos, motoristas e pedestres, mas não traga mais a respeito disso do que apenas um vídeo que mostra que a comunicação proposta pela empresa é visual e sonora. Tem uma vinheta para quando o carro vai sair do lugar, uma para quando acelera, quando troca de faixa e por aí vai, como se pode ver abaixo.
Mais interessante do que isso seria a empresa mencionar como pretende efetuar a chamada comunicação V2V (vehicle to vehicle, ou veículo a veículo), que será o grande trunfo nos sistemas de direção autônoma. A empresa que conseguir estabelecer seus padrões com relação a isso terá uma vantagem competitiva gigantesca. E não é à toa que a Volkswagen está de olho exatamente nisso.
