Muita gente fala que a impressão 3D pode ser o futuro da fabricação de carros, mas poucas levam isso a sério no atual estágio da tecnologia. Ou levavam, considerando que o primeiro carro fabricado por impressão 3D de produção em série do mundo, o XEV LSEV, foi apresentado em Xangai no último dia 19. O modelo, criado por uma parceria entre a Polymaker, especializada em impressão 3D, e a XEV, fabricante italiana de modelos elétricos.
Com 2,55 m de comprimento, 1,50 m de largura, 1,52 m de altura e 1,68 m de entre-eixos, o LSEV lembra bastante um smart fortwo, mas o modelo seria limitado a percursos urbanos, por conta da velocidade baixa, não informada. Tirando o chassi, as baterias, os vidros e os bancos, tudo no carro é impresso em 3D pela Polymaker. A XEV já teria até encomendas fixas do correio italiano, o Poste Italiane, para 5.000 unidades do modelo, além de outras 2.000 da ARVAL, uma empresa do grupo BNP Paribas. A produção começa no segundo trimestre de 2019.
Segundo os executivos da XEV e da Polymaker, a impressão 3D permitiu que o LSEV tivesse apenas 57 peças em vez das cerca de 2.000 que um modelo deste porte exigiria. Com o uso de polímeros industriais fabricados pela Polymaker, ele seria capaz de resistir às mesmas exigências a que um modelo como os fortwo estariam sujeitos. Ou de suportar frio e calor intensos sem deformações. Com a vantagem do peso baixo, já que o LSEV, mesmo sendo elétrico, pesa apenas 450 kg.
O processo de produção por impressão 3D também teria permitido reduzir custos de desenvolvimento. Tanto em termos de grana quanto de tempo. Segundo as empresas, um projeto como o do LSEV leva entre 3 e 12 meses para ser finalizado, contra os 3 a 5 anos que um projeto automotivo comum costuma exigir. Com mais flexibilidade, as fabricantes estariam menos sujeitas a mudanças súbitas de governos, leis, políticas etc. Coisas infelizmente muito comuns no mercado brasileiro, por exemplo. Será que haveria espaço para um LSEV tropical?