Avaliação KBB™ - Volvo S60 T8 R-Design associa luxo e racionalidade

O mercado de veículos de luxo as vezes é complicado de compreender e fazer comparativos. Seja por propostas diferentes, preços muito distantes ou até mesmo a falta de compatibilidade entre os rivais. Além disso, neste segmento o lado emocional pesa muito mais na hora de decidir por uma compra.

No entanto, é possível associar tudo isso e ainda ser racional. E é isso que o Volvo S60 T8 R-Design se mostra capaz. A abertura desse texto também fala a respeito de comparativos, uma vez que a ideia era ao menos dar um cenário geral sobre os concorrentes do sueco.

Porém, não há um rival direto. Na Audi, o A4, que seria o competidor, está defasado no Brasil e é vendido apenas com motor 2.0 turbo de 190 cv. Na BMW, o 330e M Sport é que mais se aproxima do S60, ambos são híbridos plug-in, mas o alemão possui 292 cv contra 407 cv e, ainda assim, custa R$ 14 mil a mais que o sueco. Na marca bávara, o M340i se aproxima em potência, são 387 cv, mas o preço sugerido é de R$ 489.950, portanto, R$ 194 mil a mais.

Quando olhamos para o portfólio da Mercedes-Benz, o Classe C 200 EQ Boost custa R$ 279.900, mas é apenas um híbrido-leve, além de ter apenas 189 cv. Quando subimos para a C300 Sport, o preço é consideravelmente acima dos R$ 295.950 do Volvo, sendo tabelado em R$ 323.900 e, mesmo que essa diferença seja quase inexpressiva para o público desses modelos, há apenas 258 cv. Para chegar próximo do desempenho do S60 T8 é necessário levar um C 43 AMG, que possui 390 cv, mas é vendido por R$ 489.900.

Portanto, como vimos acima, o S60 está em uma posição única: desempenho de um esportivo, economia de combustível de um híbrido e preço de versões intermediárias dos demais sedãs de luxo.

Múltiplas personalidades

O Volvo S60 T8 R-Design tem ao menos três personalidades, graças aos seus modos de condução. Como acontece com um elétrico, o modo que mais entrega a sensação de potência é o Pure, que usa somente a potência do motor elétrico de 87 cv e 24,5 kgfm. Apesar dos números inferiores ao do motor a combustão, o torque é instantâneo, o que faz o sedã de duas toneladas sair da inércia muito rápido e silenciosamente.

No modo Hybrid, o silêncio é trocado toda vez em que o acelerador é apertado de maneira um pouco mais firme. Neste caso, o complexo gerenciamento eletrônico identifica quando é necessária mais potência e aciona os dois motores de uma vez para garantir o melhor dos dois mundos. Neste modo, o consumo médio é de 21,9 km/l na cidade e 22,53 km/l na estrada.

Por fim, nos modos Power e AWD, o carro prioriza o desempenho, mas também usa os dois motores. No primeiro, as definições de acelerador, freios, direção e trocas de marchas são reajustadas. No último, carro usa os motores conforme demanda, acelerando muito forte até os 100 km/h. Em qualquer modo que seja, desempenho não será o problema, vai depender do quão silencioso você quer ser.

Nem tudo são flores

Naturalmente, quando falamos de carro de luxo, imaginamos que não há o que criticar. No entanto, no mundo real não é bem assim. O conjunto de suspensões do S60 é bem moderno, contando com braço duplo triangular na dianteira e multilink na traseira, mas também é incômodo no asfalto brasileiro.

Claro, a culpa é da qualidade do nosso asfalto, mas passar em ondulações e remendos de piso com as enormes rodas de 19 polegadas associadas a pneus com medidas 235/40 é bem desconfortável. A sensação é melhor que nos BMW e Mercedes-Benz, mas os Audi certamente se comportam melhor nesse cenário.

Apesar disso, e dos seus 4,76 metros de comprimento, o S60 é um carro bem na mão, por assim dizer. A direção é precisa e direta, com sensibilidade na medida certa. O conjunto mecânico é excepcional e o motorista ainda pode escolher entre deixar o ótimo câmbio trabalhar nas trocas rápidas e quase imperceptíveis ou comandar o show através das aletas no volante.

Outro ponto de destaque negativo é a convivência interna. Claro, o S60 é bem acabado, espaçoso, apesar de levar apenas quatro pessoas com conforto, mas entrega poucos lugares para objetos. O console central é elevado e possui, basicamente, os porta-copos. O porta-malas de 442 litros é apenas o suficiente, mas está na média do segmento.

Equipamentos e segurança

Todos os Volvos possuem em comum um mantra: segurança. E a lista de itens capazes de evitar ou mitigar acidentes é grande: sistema de frenagem autônoma de emergência, alerta de colisão traseira, leitura de placas de trânsito, airbags frontais, laterais e do tipo cortina, alerta de colisão frontal, sensor de pontos cegos, alerta de mudança de faixa, sistema de proteção contra lesões na coluna cervical, ganchos para fixação de cadeirinhas Isofix e alerta de tráfego cruzado.

Entre os itens, destaque para piloto automático adaptativo com a função Pilot Assist (capaz de acelerar, frear e fazer curvas leves a até 130 km/h), ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, assistente de partida em rampas, seletor de modos de condução, sensor de chuva, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sistema start-stop, faróis full LED autodirecionais com lavadores, sensor de pressão dos pneus e sistema de som Harmam Kardon com 600W.

Ficha técnica