Até pouco tempo, quando falávamos de um Volkswagen médio com motor 1.4 TSI havia três opções de carros: Golf, Jetta e Tiguan. Agora, com a chegada do Taos, ele é praticamente o único nesse porte com este motor. A marca alemã afirma que continua vendendo o sedã com este motor, mas basta uma rápida busca nos anúncios on-line para verificar que são unidades 2020/2020, ou seja, há em estoque, mas a configuração não é importada há pelo menos seis meses.
A estratégia vem afunilando desde a chegada do T-Cross, quando o Golf passou a ser vendido somente na versão GTI, em seguida na GTE e depois disse adeus. A Volkswagen já prometia enxugar sua gama de versões e opções. Apesar de não falar abertamente, a estratégia é a mesma das demais fabricantes: focar em veículos com maior valor agregado. É do jogo.
Voltando ao Taos, ele promete dar bastante dor de cabeça ao líder Jeep Compass. Dificilmente ameaçará a liderança, já que concorre apenas com as versões intermediárias e topo de linha do rival, que costuma fazer um volume bem relevante com a configuração Sport. No entanto, tem armas para roubar muitas vendas.
Algumas delas nós já apresentamos na KBB. Você pode ver detalhes das configurações clicando neste link. Logo abaixo, há um vídeo mostrando todos os detalhes do novo SUV da Volkswagen.
Conforme mostramos no vídeo, um dos grandes argumentos será o espaço. Os cinco ocupantes vão tranquilos, bem como suas bagagens no porta-malas. O banco traseiro tem saída de ar-condicionado, uma entrada USB-C para carregamento de smartphone e uma escotilha para acesso ao porta-malas.
Em termos de desempenho, tal qual os citados, o Taos não chega a ser empolgante com o motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm de torque. No entanto, não falta disposição. O 0 a 100 km/h é feito em 9,3 segundos, o que é 0,2 a menos que o Tiguan e 0,8 a mais que no Jetta. Apesar da desvantagem em potência para o Compass, o Taos é mais leve, garantindo desempenhos similares.
Durante a avaliação, feita exclusivamente dentro de uma pista de testes, foi possível notar um comportamento comum desse conjunto mecânico. Muitas vezes, falta um pouco de conversa e o carro fica preso em uma marcha pequena, mesmo após o motorista não exercer pressão no acelerador. No restante, o comportamento é bem próximo do que vemos nos outros Volkswagen.
O consumo, segundo o Inmetro, também é bem parecido. O Taos faz 7 km/l na cidade e 9 km/l na estrada com etanol contra 7,2 km/l e 8,3 km/l nos mesmos ciclos e com o mesmo combustível no caso do Compass. Quando abastecidos com gasolina, ambos fazem 10,2 km/l na cidade, mas o Volkswagen volta a ficar em vantagem na estrada, marcando 12,5 km/l contra 11,7 km/l.
Um grande salto no Taos é em conforto. A suspensão não chega a ser mole, mas é consideravelmente mais permissiva que a do T-Cross, por exemplo. Ainda assim, entrega boa dirigibilidade e, com ajuda dos diversos recursos eletrônicos, não deixa o SUV espalhar em curvas ou deitar demasiadamente a carroceria. Durante o teste, foi possível notar em um pequeno trecho mais esburacado, que o conjunto filtra bem as imperfeições do solo.
O Taos é um belíssimo produto e um grande acerto da Volkswagen. No entanto, ao mirar apenas as versões intermediárias do principal rival, joga aquém do que pode. Vale lembrar que o Compass respondeu em grande estilo na reestilização, se não mudou o visual, trouxe um motor turbinado e mais itens de série. A briga promete ser boa.
