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Ford quer vender só SUVs e picapes nos EUA. E isso afeta todo o mundo automotivo

Marcas especializadas em modelos pequenos, como Fiat e Mini, precisarão se reinventar para não desaparecer

Na última quarta (25), a Ford, sob a batuta de Jim Hackett, deu uma cartada com a qual muitos concordam e que outros dizem ser um erro dantesco. A empresa anunciou  que não venderá mais automóveis de passeio nos EUA a não ser pelo Mustang e pelo Focus Active. Deixarão de ser vendidos Fiesta, Focus comum, C-MAX, Fusion e o Taurus, que já foi o carro mais vendido nos EUA, atrás apenas da F-150. A empresa pretende se concentrar nas picapes e nos SUVs, suprindo a falta que esses modelos eventualmente fariam com crossovers e utilitários com as mesmas proporções. No lugar do Fiesta, o EcoSport. No do Focus, o  Escape (o Kuga, na Europa) e um novo SUV médio, teoricamente mais rústico. Se der certo, isso não afetará apenas a Ford, mas todo o mercado mundial de automóveis. E uma série de concorrentes.

Richard Truett, da Automotive News, acha que a Ford vai se dar muito mal. Principalmente porque sempre haveria demanda para modelos pequenos e econômicos, algo que não se sente tão fortemente hoje nos EUA por conta dos baixos preços dos combustíveis por lá. Ele até cita que a chegada arrasadora dos japoneses ao mercado americano teria se dado justamente por isso: um nicho abandonado pelos fabricantes locais. E coloca os modelos chineses como a bola da vez na possível nova invasão. Michael Martinez, também da Automotive News, vai na direção contrária. E afirma que a Ford agiu bem ao livrar capacidade produtiva em suas fábricas americanas para produtos que o consumidor daquele país realmente queira comprar. Afinal, crossovers e SUVs estariam mais econômicos, com dinâmica mais refinada e atenderiam bem aos desejos atuais dos clientes.

Ford Focus Active

Não restam dúvidas de que a onda SUV veio para ficar, inclusive por razões demográficas. Mas seria o suficiente para não vender mais veículos tradicionais no segundo maior mercado do mundo? Se for, isso pode apontar tendências para outros países, como China e Brasil. E ameaçar empresas que tiverem identidade em modelos pequenos e econômicos, como Fiat e Mini. A Mini, inclusive, já partiu para uma reinvenção, produzindo alguns dos maiores carros que ela já fez em toda a sua história. A Fiat talvez não sobreviva como marca, mas a FCA garantiu sua saúde com a compra de sua divisão americana, especialmente da Jeep. Por aqui, a JAC, que sofreu o diabo com o Inovar-Auto e com a crise econômica, também mudou o foco: em vez de carros de entrada bem equipados, ela apelará para SUVs e aventureiros. Já tem o T40, terá em breve o T50, a evolução do T5, e promete o T80 para novembro deste ano. Teria também o T20, baseado no J2, mas Sergio Habib, importador da marca, diz que ele não seria vendido a preço competitivo.

Como se vê, a decisão da Ford pode marcar um ponto de virada da indústria automotiva. Vale acompanhar com lupa se a estratégia terá os efeitos desejados, influenciando toda a indústria, ou se será apenas a porta de entrada para um cavalo de Troia chinês no mercado norte-americano.

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