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GM prepara terreno para enxugar operação no Brasil

Gato subiu no telhado quando Mary Barra anunciou reestruturação que fechou 5 fábricas nos EUA. Duas delas serão fechadas no exterior

Quando a CEO da GM, Mary Barra, anunciou a reestruturação da empresa que fechou 5 fábricas nos EUA e que fecharia 2 no exterior, alertamos que a unidade de São José dos Campos era séria candidata a sumir do mapa. Essa novela ganha mais um capítulo com uma mensagem divulgada no último dia 18 pelo presidente da GM no Mercosul, Carlos Zarlenga, a todos os funcionários da empresa no Brasil. Segundo o executivo, a empresa vive "um momento crítico que vai exigir importantes sacrifícios de TODOS". Houve quem visse nisso a ameaça de que a empresa sairá da América do Sul, como saiu da Europa ao vender Opel e Vauxhall à PSA, mas isso provavelmente seria extremo demais. Se a coisa fosse tão crítica, a GM não faria os esforços que fez para ter o Chevrolet Onix na liderança do mercado brasileiro. Algo que já se repete há 4 anos. O que a GM precisa é dinamizar suas operações no país, melhorar a capacidade ocupada de suas fábricas e ter menos problemas de interrupção de produção, com sindicatos mais maleáveis. Algo que a fábrica de São José dos Campos não tem.

A notícia foi dada pela Reuters, que não por acaso foi atrás do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para um contraponto. A entidade obviamente reagiu mal ao comunicado, classificando-o como absurdo. Seu vice-presidente declarou à agência de notícias que não há razão para encerrar as operações no país pelo bom momento que a GM viveria, mas Zarlenga diz que a empresa viveu, isso sim, um "prejuízo agregado significativo" entre 2016 e 2018, justamente a maior parte dos anos em que o Onix esteve na liderança. O executivo fala também que o Comitê Executivo do Mercosul desenvolveu um plano de viabilidade, apresentado à sede da empresa, que envolve "governo, concessionários, empregados, sindicatos e fornecedores". Leia abaixo a íntegra do comunicado:

"Mensagem do presidente da GM Mercosul – Carlos Zarlenga

Nos últimos meses, vocês têm acompanhado o esforço da corporação em reestruturar-se globalmente. Também no Brasil, vivemos um momento muito crítico.

Esta situação tem gerado muitos rumores entre o nosso pessoal, e nos últimos dias a liderança tem recebido muitas perguntas sobre o nosso futuro.

Semana passada, durante o anúncio de resultados de 2018 aos acionistas, nossa presidente global Mary Barra falou com a imprensa.

Veja o que foi reportado:

The Detroit News – publicado em 11/01/19

Barra hinted repeatedly that GM is considering exiting South America.

Brazil and Argentina, GM's largest South American markets, continue to prove challenging, she said. The company is working with "key stakeholders" in the region to take all necessary actions to either improve the business "or consider other options." Said Barra: "We are not going to keep deploying capital to lose money.”

TRADUÇÃO: 

Barra deu sinais de que a GM está considerando sair da América do Sul.

O Brasil e a Argentina, os maiores mercados sul-americanos da GM, continuam sendo desafiadores', disse ela. A empresa está trabalhando com as 'partes interessadas' na região para tomar todas as ações necessárias para melhorar o negócio 'ou considerar outras opções'. Disse Barra: "Não vamos continuar investindo para perder dinheiro". 

A GM no Brasil teve um prejuízo agregado significativo no período de 2016 a 2018, que NÃO PODE SE REPETIR. 2019 será um ano decisivo para nossa história. O Comitê Executivo do Mercosul está fortemente comprometido para reverter esta situação de forma imediata e definitiva. Vivemos um momento crítico que vai exigir importantes sacrifícios de TODOS.

O Comitê Executivo do Mercosul desenvolveu um plano de viabilidade que foi apresentado para nossa liderança global em Detroit. Esse plano requer apoio do governo, concessionários, empregados, sindicatos e fornecedores. Do sucesso deste plano dependem os investimentos da GM e o nosso futuro.

Mas o tempo é curto. Obter rapidamente acordos necessários com todas as partes é fundamental. Já nos reunimos com os nossos concessionários -- que já deram importantes contribuições . Também fizemos grande progresso com o governo, que claramente quer apoiar a nossa viabilidade; e na semana que vem estarei me reunindo com as lideranças sindicais e prefeitos da região.

Sei que posso contar com cada um de vocês, e vocês podem contar conosco!

Manteremos vocês informados."

Chevrolet Tracker 2020

Como já dissemos antes, o sindicato de São José dos Campos, conhecido por ser problemático, cobrou em 2018 um aporte bilionário que teria sido prometido em 2013, mas a GM disse que descartou o investimento em 2015, conforme mostra reportagem do G1. E a GM investe em Gravataí e em São Caetano do Sul para a produção dos novos Onix, Prisma e Tracker. São José dos Campos produz apenas a S10 e a Trailbrazer, que podem perfeitamente migrar para a Argentina, que se especializou na fabricação de picapes. Manter uma fábrica inteira aberta com apenas dois produtos, por melhor que a S10 venda, não faz sentido. Como se vê, o plano para fechar a fábrica no Vale do Paraíba é antigo e vem sendo construído com paciência. Entre fechar uma fábrica, ainda que seja a mais antiga do grupo, e encerrar as operações na região, como a GM agora ameaça, fica evidente qual solução os demais sindicatos preferirão.

A solução final até poderá ser diferente, mas tudo aponta para a necessidade de enxugar operações e reduzir custos. O que se faz, como fez a GM nos EUA, com o fechamento de fábricas. Alguma dúvida de qual delas está mais sujeita a desaparecer?

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