Lançado no Brasil em 2017 como uma opção mais refinada ao Duster (embora compartilhe plataforma, conjunto e equipamentos), o Renault Captur corre o risco de sair de linha no país ainda este ano. Segundo o site Mobiauto, o SUV não está nos planos de futuros investimentos da marca no mercado nacional.
De acordo com a apuração da reportagem da Mobiauto, os concessionários reclamam que está sendo difícil negociar o Captur sem abrir mão de margens de lucro e oferecer descontos aos clientes. O SUV ainda sofre com a concorrência interna do Duster, um produto mais atraente e fácil de vender.
Guerra na Ucrânia pode antecipar o fim do Captur no Brasil
Além da dificuldade de competir contra o Duster na gama da própria Renault, o Captur pode sair de cena antes do previsto por causa da guerra na Ucrânia. Por ser um projeto compartilhado baseado no Kaptur russo, o SUV fabricado no Paraná utiliza componentes importados do país envolvido no conflito na Europa.
A Renault é uma das empresas ocidentais que romperam relações com a Rússia como forma de retaliação ao governo de Vladimir Putin por discordar da ofensiva militar contra a Ucrânia. A empresa francesa até entregou ao governo russo a propriedade da AvtoVAZ, fabricante local dona da marca Lada.
Por esse motivo, a produção do Captur em São José dos Pinhais (PR) está paralisada há alguns meses. Essa interrupção já pode ser vista nos números de emplacamentos, que caíram de quase 600 carros em março para 315 em abril, 240 em maio, 209 em junho e 180 em julho.
Para efeito de comparação, o Duster registrou médias de emplacamento entre 1.500 e 2 mil unidades mensais em 2022.
Em resposta ao questionamento da Mobiauto, a Renault disse que "o Captur segue sendo produzido no Brasil".
Indisponível para vendas diretas
Rumores sobre o fim da produção do Captur no Brasil ganharam força após a Renault retirar o SUV do catálogo de vendas diretas para frotas e locadoras. A Mobiauto apurou que a fabricante até cogita nacionalizar os componentes importados do Captur para retomar a produção, mas essa medida pode não sair do papel diante de um carro que vende pouco.
