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Renault Kwid sofre terceiro recall em menos de 6 meses de mercado

Defeito agora está no berço do motor, que tem defeitos na solda. Afinal, o que está acontecendo com o subcompacto?

Sempre dizemos que é melhor haver um recall do que algum defeito oculto nos veículos, o chamado "recall branco". Por mais que os brasileiros sejam refratários aos consertos: estima-se que menos de 10% dos convocados compareçam às concessionárias. Isso porque eles são gratuitos... Mas o Renault Kwid exagerou na dose. A marca francesa convocou o terceiro recall do modelo em menos de 6 meses de mercado. O primeiro foi por um problema nos tubos de combustível. O segundo, por defeitos nos freios. O de agora se refere ao berço do motor. Como a fabricante faz questão de ressaltar, "por uma não conformidade de execução por fornecedor da Renault, a solda do berço do motor pode se romper, causando perda da dirigibilidade com risco de acidente". O motor provavelmente cai. Se isso acontecer em alta velocidade, há risco de vida para os ocupantes. Mas, afinal de contas, o que está acontecendo com o modelo?

 

Em primeiro lugar, tratemos do problema atual. Este recall mais recente teria afetado 1.918 unidades do subcompacto, bem menos do que os anteriores, que pegaram respectivamente 16.798 e 21.802 unidades. O serviço leva 3h30 e precisa ser previamente agendado. Para saber se seu Kwid está envolvido nestas convocações, informe-se pelo telefone 0800-0555615 ou pelo site www.renault.com.br/servicos/recall.

O que está acontecendo?

Com relação ao que anda acontecendo com o Kwid, que anda inclusive afetando suas vendas, o site Motor1 soltou reportagem investigando a questão antes de o novo recall ser anunciado. E descobriu que há unidades do modelo, encomendadas no período de pré-vendas ou pouco depois dela, que ainda não foram entregues. Houve atrasos nas entregas iniciais justamente por problemas nos freios, que foram motivo da segunda convocação do modelo.

Renault Kwid

Em resposta ao site, a Renault disse: “Não há problemas quanto ao fornecimento de peças para o recall. Eventualmente pode haver maior procura em determinada concessionária, o que pode alongar o agendamento para a realização do recall. Todos os casos de nosso conhecimento estão sendo tratados. Quanto ao prazo de entrega, nosso objetivo é atender no prazo todos os pedidos conforme compromisso assumido no ato da reserva em nosso site. Informamos, ainda, que estivemos em férias coletivas no período de 26/12/2017 a 15/01/2018. A produção foi retomada ontem (16) e está regularizada”.

40% de peças indianas

Algo que os amigos do Motor1 não mencionaram, mas que parece ser fundamental para entender o problema, é a estratégia da Renault para o Kwid. Como o site francês LesEchos informou, 40% das peças do Kwid vêm da Índia, notícia reproduzida no Brasil pela primeira vez pela revista Quatro Rodas. Mesmo importadas, as peças seriam mais baratas do que as feitas no Brasil e ajudariam a manter o preço do Kwid baixo. Pode ser que a estratégia tenha dado errado, considerando a quantidade de defeitos e o volume de unidades envolvidas nela.

Os freios, por exemplo, são fornecidos, de acordo com reportagem do site Automotive Business, pela Chassis Brakes International. Que até tem uma unidade no Brasil, mas que deve importar da Índia as peças do Kwid. Os fornecedores das linhas de combustível e do berço do motor do Kwid não são mencionados, mas pelo menos o das linhas é indiano. Prova disso é o recall de 50 mil unidades do modelo indiano por conta dos tubos de combustível. Convocado em 2016, ou seja, bem antes de o carro ser produzido no Brasil. Sinal de que o problema não foi resolvido. E vale ficar de olho, já que o modelo também teve na Índia um recall recente para seu sistema de direção. Pelo andar da carruagem, ele também deve nos afetar.

O problema com os recalls seguidos, os atrasos na entrega e os defeitos que motivaram as convocações é que isso mina a imagem do veículo junto aos compradores. E afeta diretamente a valorização do Kwid, fator imprescindível no Brasil, especialmente em modelos acessíveis. Tudo contribui para que o consumidor desista de comprar o carro, que, como já mostramos em avaliação, tem grandes qualidades. O fato de o problema ser causado "por uma não conformidade de execução por fornecedor" não tira da Renault o ônus de vender um veículo que o apresenta. Por volta de 2006, o então presidente da marca Jérôme Stoll, teve a coragem da interromper por alguns dias a produção do Mégane para correções de qualidade. Seria o caso, com o Kwid?

Enquanto a Renault não vier a público tratar das questões que envolvem o subcompacto e tranquilizar o público, sobrarão perguntas e queixas. Algumas reclamações podem ser vistas no site Reclame Aqui. Quanto às perguntas, elas são as seguintes: por que o Kwid brasileiro foi afetado por um defeito que um recall indiano de 2016 já tratou, um ano antes de seu lançamento aqui? Por que um carro que ainda tem fila de espera teve sua produção interrompida de 26 de dezembro a 15 de janeiro? Será que o controle de qualidade na Índia é pior que o efetuado por fornecedores instalados no Brasil? Com a palavra, a fabricante.

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