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Avaliação KBB - Ford EcoSport Titanium 2.0

Versão topo de linha do Ford Ecosport aposta em equipamentos e motor potente para se destacar dos concorrentes

Quando o Ford EcoSport chegou renovado à linha 2018, todos os holofotes se direcionaram à versão com o inédito motor 1.5 Dragon de 3 cilindros, o qual já passou por nossa avaliação aqui na Kelley Blue Book e foi aprovado com louvor. Porém, a marca também atualizou o coração da versão topo de linha do pioneiro SUV, a Titanium, que agora é equipado com o mesmo motor Duratec 2.0 Direct Flex do Focus, mas ligeiramente menos potente, de 176 cv, e acoplado a um novo câmbio automático de 6 marchas. A calibração do motor é mais do que suficiente para garantir que o EcoSport seja o utilitário compacto mais potente do mercado entre seus principais rivais. Além do desempenho notável, a versão topo de linha do modelo aposta num pacote de equipamentos recheadíssimo, acabamento mais nobre e dirigibilidade apurada para conquistar território no disputado segmento dos crossovers compactos.

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A versão mais cara do EcoSport tem no desempenho seu principal trunfo. Vamos entrar em detalhes sobre o motor 2.0 Direct Flex e como é guiá-lo mais adiante, mas o que interessa saber agora é que ele entrega o vigor esperado para quem é exigente com o pedal da direita. Ainda nesta seara, o consumidor mais atento à dinâmica, especialmente uma que equilibre bem estabilidade e conforto, também não vai se decepcionar com o EcoSport Titanium. De quebra, a versão ainda traz a central multimídia Sync3 com tela de 8'' com alto poder sedutivo para quem se interessa por tecnologia e conectividade.

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Como explicamos na avaliação do EcoSport 1.5, a renovação do SUV não foi profunda a ponto de haver uma troca de geração. Ele continua a usar a plataforma do Fiesta (que já está defasada em relação à do hatch europeu). Portanto, os velhos pecados de falta de espaço e de versatilidade se mantiveram na linha 2018. A distância entre-eixos do EcoSport, de 2,52 m, é a menor entre os seus principais concorrentes (Honda HR-V, Jeep Renegade, Hyundai Creta e Nissan Kicks), o que obriga os passageiros de trás a viajarem com pouco espaço para as pernas, ainda que a altura do teto para a cabeça seja confortável.

O porta-malas de 356 litros é outro calcanhar de aquiles do modelo. Ele ficou ainda menor após a reestilização do EcoSport (antes eram 362 litros), mas a justificativa é funcional: agora há dois níveis de assoalho para dividir compras ou torná-lo mais plano quando a segunda fileira de bancos estiver rebatida.

O que tem de novo em 2017

Não é porque a geração é a mesma que a linha 2018 do EcoSport não trouxe boas novidades para o SUV. Além do inédito motor 1.5 Dragon de 137 cv e o 2.0 Direct Flex de 176 cv emprestado do Focus, o utilitário passou por um leve procedimento estético: a grade frontal ficou maior e única (em vez da configuração bipartida) para adotar a identidade atual da marca e se aproximar de modelos mais caros, como o Edge. Os faróis também cresceram e têm nova assinatura de LED para as luzes diurnas (de série nas versões Freestyle e Titanium).

Se por fora a mudança é sutil, a cabine do novo EcoSport foi totalmente redesenhada. O visual mais conciso e "clean" contribui para elevar a sensação de requinte a bordo do utilitário (algo reforçado pela escolha de materiais mais nobres no acabamento, como plástico emborrachado no painel e couro nas portas e bancos na versão topo de linha). O quadro de instrumentos também ganhou novos grafismos e uma tela digital central de 4,2 polegadas a partir da opção intermediária. A central multimídia Sync3 com telas sensíveis ao toque de 6,5 ou 8 polegadas (dependendo da versão) e compatível com Android Auto e Apple CarPlay está entre as principais novidades da linha 2018 do EcoSport, que agora conta com 7 airbags e controles de tração e de estabilidade em todas as versões.

Dirigindo o EcoSport Titanium 2.0 AT

Durante a apresentação do novo EcoSport, a Ford explicou que não houve muitas mudanças estruturais no carro, exceto reforços pontuais no monobloco, mais focados em segurança do que em dirigibilidade. Porém, ao volante do SUV, percebemos uma evolução surpreendente em relação ao modelo anterior. A dinâmica do utilitário não deve nada para concorrentes que podem ser tidos como referência neste quesito no segmento, como Nissan Kicks e Hyundai Creta.

O EcoSport começa a agradar pela posição de dirigir, facilmente encontrada e beneficiada pelo ajuste de profundidade do volante. Ao se acomodar no banco, o motorista consegue boa dose de visibilidade (a ajuda do detector de pontos cegos é outra mão na roda para o condutor neste quesito) e o acesso ao câmbio e aos comandos do console são rápidos. O volante, revestido de couro, é de ótima empunhadura e a direção elétrica entrega nível adequado de progressividade para o segmento, apontando bem o carro em curvas, com o esforço adequado, em velocidades mais altas, mas também leve o suficiente para facilitar manobras na cidade.

O câmbio automático de 6 marchas trabalha de maneira suave nas trocas e a sensibilidade do acelerador para comandá-lo é afinadíssima. O motorista nem precisa recorrer ao modo Sport para obter resposta imediata do motor, uma vez que qualquer carga levemente maior no acelerador já faz a caixa reduzir marcha em favor de mais agilidade. Este comportamento chega até a ser um tanto exagerado para situações urbanas. Fica claro para o condutor que a central poderia oferecer um modo de condução econômico para controlar melhor o ímpeto do carro e, assim, poupar mais combustível, já que o consumo é um dos reveses do EcoSport.

O SUV é nota B em eficiência energética, de acordo com o Inmetro. É capaz de rodar 6,1 km/l na cidade e 8,8 km/l em rodovias com etanol (abastecido com gasolina são 8,3 km/l e 12 km/l, respectivamente). Nós dirigimos o EcoSport Titanium por mais de 350 km, mesclando trajetos urbanos e rodoviários (com e sem trânsito) e obtivemos média de 9,5 km/l, a gasolina, segundo o computador de bordo do veículo (considerando os 52 litros de capacidade do tanque, a autonomia seria de pouco menos de 500 km com esta média de consumo). Ainda sobre este tema, sente-se falta também da tecnologia stop-start, que ajudaria a poupar combustível.

A versão Titanium conta com paddle shifts para trocas sequenciais, mas o recurso é mais útil se utilizado pontualmente. A central eletrônica do câmbio limita bastante a atuação do motorista, retomando o controle sobre as trocas rapidamente. É uma pena. Com os 176 cv à disposição do pedal direito, o EcoSport é muito agradável de guiar em rodovias e seria ainda mais divertido exercer mais influência sobre seu comportamento, atrasando trocas de marchas para aproveitar mais o motor, por exemplo, já que o utilitário transmite confiança e segurança suficientes para uma tocada mais rápida (os controles eletrônicos de estabilidade e de tração não atuaram em nenhum momento, mesmo em trechos sinuosos, comprovando a capacidade dinâmica da suspensão).

É claro que essa disposição para acelerar e o comportamento correto das suspensões não transformam o EcoSport em um modelo esportivo ou algo parecido. Ainda que o perfil dos pneus da versão Titanium seja mais baixo em relação ao das versões 1.5 (205/50, ante aos 205/65 ou 205/60 das opções mais baratas do SUV), o centro de gravidade do EcoSport continua alto e exige cautela em curvas mais fechadas. A intenção aqui é salientar que mesmo entre concorrentes mais modernos, o velho pioneiro da Ford consegue se destacar em prazer ao dirigir.

Sacadas inteligentes

Assim como destacamos na avaliação do EcoSport 1.5, a central multimídia Sync3 é o grande destaque tecnológico do carro. A tela de 8 polegadas é sensível ao toque e os comandos são capacitivos, como as telas dos smartphones (ou seja, sem qualquer delay nas respostas). O sistema já é bem completo, com navegação integrada, comandos de voz e conexão Bluetooth. Como já dissemos, os fãs de conectividade gostarão do fato de ela ser compatível com Apple CarPlay e Android Auto (que agora permite espelhar o Waze).

Nesta versão Titanium, o sistema de áudio também merece menção à parte. São nove alto-falantes da Sony espalhados pela cabine, com direito a dois tweeters nas laterais das portas dianteiras. A qualidade do som é boa e se mantém límpida até pouco mais da metade de toda a amplitudade do volume (acima disso é possível notar distorções, mas nada muito grave).

Por fim, a tomada de 12V instalada ao lado da porta traseira direita contribui para a funcionalidade do carro, tal qual o assoalho do bagageiro em dois níveis, bom para isolar mercadorias delicadas.

Detalhes do EcoSport Titanium 2.0 AT

INTERIOR
A cabine do EcoSport foi o que mais sofreu mudanças nesta nova linha 2018. O design do painel está mais conciso e organizado, com menos informações, e o acabamento da versão Titanium é caprichado. Os plásticos rígidos são utilizados apenas nas portas e no console central. Nas laterais (onde os braços se apoiam) o revestimento é de couro, bem como nos bancos. O painel conta com material emborrachado, que contribui para diminuição de rangidos na cabine e aumenta a sensação de qualidade. Ainda é possível encontrar uma rebarba ou outra pela cabine, mas a evolução em montagem é nítida perto do padrão anterior.

No quesito funcionalidade, o EcoSport traz algumas soluções bacanas, como o compartimento acima do porta-luvas para abrigar o celular, sobretudo quando ele estiver conectado à entrada USB (são duas, com 2 A cada, ou seja, suficientes para carregar a bateria do smartphone) e a tomada 12V para os passageiros de trás. Os bancos traseiros são bipartidos (60/40) e há seis porta-copos no habitáculo.

EXTERIOR
Por fora, a grade e o conjunto óptico maiores são as únicas mudanças perceptíveis facilmente no novo EcoSport. Detalhes como o reposicionamento das setas (saíram dos faróis para perto dos faróis de neblina) completam a plástica sutil do SUV.

Equipamentos

Seguindo a estratégia de toda a gama do novo EcoSport, a Ford não economizou em equipamentos na versão Titanium. De série, ele conta com 7 airbags, controles de tração e de estabilidade, detector de pontos cegos, controlador de velocidade, central multimídia com tela de 8 polegadas, GPS, câmera de ré com sensor traseiro, espelho retrovisor interno eletrocrômico, volante multifuncional, assistente de emergência (que faz ligação para serviços de resgate por meio do celular conectado ao Sync3), tela TFT colorida de 4,2 polegadas no quadro de instrumentos, bancos de couro, chave inteligente com partida por botão, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, DRL de LED, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, assistente de partida em rampas, ar-condicionado automático e digital, faróis de xênonio, teto solar e rodas de liga leve de aro 17.

Sob o capô

O EcoSport Titanium pega emprestado do Focus o motor 2.0 Direct Flex. Ele é da mesma família Duratec, mas a adoção de injeção direta de combustível permitiu a elevação da potência do SUV dos 147 cv da linha anterior para 176 cv a 6.500 rpm e 22,5 kgfm de torque a 4.500 rpm (a gasolina estes números são 170 cv e 20,6 kgfm, com os mesmos picos de rotação). Sua configuração permanece de quatro cilindros em linha, transversal, com deslocamento volumétrico de 1.999 cm³.

O câmbio que trabalha com este motor é um automático convencional, com conversor de torque, de 6 marchas, desenvolvido a partir da caixa utilizada no Fusion.

Sobre o preço

A faixa de preço em que a versão topo de linha do EcoSport atua esbarra nas opções mais completas de seus adversários (isso quando eles não têm versões ainda mais requintadas, como o Honda HR-V, Nissan Kicks e Jeep Renegade). Porém, partindo de R$ 93.990, o EcoSport Titanium é ligeiramente mais barato que os rivais e traz uma relação custo-benefício inigualável.

A extensa lista de equipamentos do EcoSport que você leu ali em cima é a mais abrangente que você vai encontrar entre os SUVs compactos com preços abaixo dos R$ 100 mil. É claro que há itens exclusivos em alguns concorrentes que o Eco não traz, como o freio de estacionamento elétrico do HR-V, o sistema stop-start e climatizador de duas zonas do Renegade e a câmera 360º do Kicks, mas, no conjunto da obra, o EcoSport é o que mais entrega equipamentos pelo preço de R$ 94 mil, além de ter suas próprias exclusividades (como os sete airbags) e o motor mais potente da categoria.

Logo, optar pelo Ford EcoSport pode ser um ótimo negócio para quem busca um carro completo e com bom nível de conforto e desempenho. Ele só deixará a desejar nos quesitos espaço e consumo. Todos os outros rivais têm soluções melhores de aproveitamento da cabine e do porta-malas e a nota B do EcoSport no Inmetro, de fato, faz diferença, sobretudo para que roda mais na cidade.

Avaliação Profissional KBB
4 de 5
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