Em pré-venda no Brasil desde setembro, o BYD Song Plus DM-i tem no preço sugerido de R$ 269.990 o principal atrativo, uma vez que é o híbrido plug-in mais barato à venda em nosso mercado. Como comparação, o SUV chinês custa quase R$ 80 mil a menos que o Jeep Compass Série 4xe (R$ 347.300) e é R$ 10 mil mais em conta que o Caoa Chery Tiggo 9 Pro Plus Plug-in Hybrid (R$ 279.990).
O novato tem porte semelhante ao do Chevrolet Equinox, por exemplo, medindo 4,70 metros de comprimento, 1,89 m de largura, 1,68 m de altura e 2,76 m de entre-eixos. A cabine do Song Plus DM-i acomoda cinco ocupantes com espaço de sobra e bom nível de conforto. O seu porta-malas tem 574 litros de bagagem, podendo atingir 1.477 litros com o banco traseiro rebatido.
A cabine aposta no acabamento caprichado e no sistema multimídia com tela de 12,8 polegadas com câmera de 360° para agradar os cinco ocupantes. Como esperado para um carro de sua categoria, o Song Plus ainda conta com seis airbags, teto solar panorâmico, chave presencial, abertura elétrica do porta-malas, além de um sistema que agrega mais de 20 funções de assistência de condução, incluindo controle de cruzeiro adaptativo, alerta de saída de faixa e o controle eletrônico de estabilidade e tração de última geração fornecido pela alemã Bosch.
O Song Plus é o primeiro carro da marca chinesa a ser vendido no Brasil com a tecnologia híbrida DM-i, desenvolvida pela própria BYD. O sistema consiste em utilizar o motor elétrico a maior parte do tempo como meio de locomoção do veículo, enquanto a unidade a combustão funciona majoritariamente como um gerador de eletricidade recarregar a bateria. Utilizando uma instalação elétrica de corrente alternada de 3,3 kW, a recarga demora cerca de duas horas e meia.
O conjunto motriz é formado pelo motor 1.5 aspirado a gasolina, combinado a uma unidade elétrica. Juntos, entregam 235 cv de potência e 40,9 kgfm de torque. Dotado de um câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas, o BYD Song Plus é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos, de acordo com o fabricante.
A BYD divulga autonomia combinada (combustão e eletricidade) de aproximadamente 1.100 km com uma carga completa e o tanque de 57 litros cheio, segundo as medições do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro. No modo totalmente elétrico, o SUV pode rodar 51 km.
A BYD dá garantia de cinco anos ou 200 mil km para o veículo e de oito anos ou 200 mil km para a bateria do sistema híbrido.
Primeiras impressões: SUV é bem construído e silencioso
Visualmente, o BYD Song Plus DM-i é um carro muito bem resolvido. O desenho inspirado em dragões, segundo a própria marca chinesa, é assinado pelo designer italiano Michele Jauch-Paganetti, que até 2018 era responsável pelo estilo dos interiores dos carros da Mercedes-Benz.
O interior do SUV também mostra cuidado nas linhas sóbrias e no acabamento caprichado dos materiais macios ao toque sobre o painel e nas laterais das portas. O couro dos bancos (com encosto inteiriço na dianteira) também é digno de modelos de marcas de luxo. Se trocassem os emblemas da BYD por outros da Audi ou da Mercedes-Benz, por exemplo, o Song Plus conseguiria se passar por um carro alemão.
Na hora de dirigir o SUV, o condutor encontra facilmente a posição ideal, uma vez que o seu banco conta com regulagem elétrica e a coluna da direção é ajustável em altura e profundidade. Ao dar a partida no botão no console, o silêncio impera na cabine bem isolada dos ruídos externos.
No trânsito urbano, o motor elétrico de 179 cv e 32,2 kgfm cumpre a tarefa de mover o SUV de 1.700 kg a maior parte do tempo. Além da ausência de barulho, o Song Plus é um carro de condução suave quando utiliza a eletricidade como principal fonte de energia. Com o modo elétrico acionado, por meio de um botão no console central, o SUV emite um ruído contínuo, que lembra uma buzina de navio em baixo volume, para alertar a sua aproximação e evitar acidentes com pedestres distraídos.
Ao pegar a estrada, o modesto motor 1.5 aspirado a gasolina de 110 cv e 13,8 kgfm auxilia o propulsor elétrico nas acelerações e retomadas – e ainda funciona como gerador de energia da moderna bateria de 8,3 kWh desenvolvida pela própria BYD. O componente feito de lítio-ferro fosfato resiste a perfurações sem oferecer risco de explosão ou incêndio.
Rodando em velocidades de cruzeiro, é quase imperceptível notar as transições de elétrico para combustão e vice e versa. Se o motorista quiser saber qual motor está em ação, é preciso acompanhar o gráfico na central multimídia (que pode ser girada por um comando na própria tela ou um botão no volante). O motor a gasolina se mostra presente apenas nas acelerações muito fortes, quando o seu ronco fica mais evidente no interior do carro.
Apesar do peso, o Song Plus DM-i não decepciona em desempenho. O conjunto híbrido entrega boa dose de força para cumprir as tarefas cotidianas na cidade e realizar ultrapassagens seguras nas rodovias. A BYD informa que o SUV precisa de menos de 9 segundos para atingir os 100 km/h e alcança velocidade máxima de 186 km/h – números suficientes para um veículo sem pretensões de esportividade.
E essa performance é condizente com o acerto de suspensão, mais voltado ao conforto. Mesmo calçado em rodas de 19”, o Song Plus filtra bem os buracos das ruas, embora não seja um carro molenga nas curvas e mudanças mais bruscas de direção. A direção elétrica, no entanto, poderia ter uma calibração mais firme nas velocidades mais altas.
Durante o rápido teste de aproximadamente 100 km (a maior parte deles na Rodovia Castelo Branco, em São Paulo), o computador de bordo apontou consumo médio de 17 km/l. Longe de ser ruim, mas abaixo dos 19,6 km/l em ciclo rodoviário e 22,2 km/l em trecho urbano informados pela BYD.
Bem servido de assistências de condução, o Song Plus conta com um controle de cruzeiro adaptativo que também atua na direção, mantendo o carro dentro da faixa de rodagem e até fazendo curvas mais abertas sozinho. Se o motorista tirar a mão do volante, após alguns segundos um sinal sonoro, seguido por um alerta no painel, pede para o condutor voltar a assumir a direção.
O BYD Song Plus DM-i mostrou uma boa impressão nesse rápido contato. Confortável, silencioso e bem equipado, o SUV é um carro bem construído e com preço competitivo em seu segmento. O seu maior empecilho – e para os demais automóveis de seu país de origem – será lidar com o preconceito contra veículos chineses que ainda persiste em boa parte dos consumidores.
Teste-drive a convite da BYD
Ficha técnica
Motor a combustão: dianteiro, transversal, 1.5 16V aspirado, a gasolina
Potência: 110 cv
Torque: 13,8 kgfm
Motor elétrico: 179 cv e 32,2 kgfm
Potência e torque combinados: 235 cv e 40,9 kgfm
Bateria: 8,3 kWh
Tração: dianteira
Direção: elétrica
Suspensão dianteira: independente McPherson
Suspensão traseira: independente Multilink
Freios dianteiros: discos ventilados com ABS e EBD
Freios traseiros: discos sólidos com ABS e EBD
Pneus e rodas: 235/50 R19, liga leve
Dimensões: 4.705 mm de comprimento/ 1.890 mm de largura/ 1.680 mm de altura/ 2.765 mm de entre-eixos
Peso em ordem de marcha: 1.700 kg
Volume do porta-malas: 574 litros
Volume do tanque de combustível: 57 litros
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,3 segundos
Velocidade máxima: 186 km/h
Consumo (Inmetro)
Ciclo urbano: 22,2 km/l
Ciclo estrada: 19,6 km/l
