Criador do desenho de modelos famosos da Volkswagen no Brasil, como Gol “Bolinha” e Fox, o designer Luiz Alberto Veiga se aposentou em 2016 após trabalhar 40 anos na fabricante alemã. De lá para cá, ele usa o seu perfil no Instagram para mostrar alguns projetos que não saíram das pranchetas.
A mais recente publicação de Veiga é o projeto de reestilização da Kombi. Um dos esboços mostra o utilitário com faróis com duas parábolas e seta na grade superior; o outro traz faróis retilíneos com setas integradas parecidos com os do Gol. Em ambos os projetos, a Kombi teria para-choques plásticos mais envolventes.
Propostas de atualização da dianteira da Volkswagen Kombi brasileira (Reprodução Instagram Luiz Alberto Veiga)
A renovação da Velha Senhora também propunha um novo painel com instrumentos do Gol Bolinha, volante de dois raios e uma capa para a coluna de direção, que ficava totalmente exposta.
“Fundo do baú: juro que nós tentamos. Durante toda a minha carreira tentamos fazer um upgrade na Velha Senhora, mas no fim, as novas exigências de segurança determinaram o fim de produção de um dos mais inteligentes automóveis de trabalho de todos os tempos”, explicou Veiga na postagem em seu Instagram.
Painel e volantes oriundos do Gol faziam parte da atualização interna da Kombi (Reprodução Instagram Luiz Alberto Veiga)
Apesar de o designer não informar a data das imagens, os projetos aparentam ser da segunda metade da década de 1990, uma vez que a Kombi sofreu uma atualização em 1997. Na época, o utilitário ganhou o teto 11 cm mais alto e a porta lateral corrediça. O interior perdeu a divisória atrás dos bancos dianteiros, obrigando a acomodar o estepe no porta-malas.
No mesmo ano foi lançada a versão Carat, de proposta mais luxuosa com bancos aveludados e capacidade para sete passageiros em vez de nove.
A partir de 2006 a Volkswagen Kombi passou a ter a grade dianteira do radiador do novo motor 1.4 flex
Após essa atualização, a Kombi ainda passou pela última mudança visual em 2006, quando recebeu a grade frontal do radiador do motor 1.4 flex com refrigeração líquida, que substituiu o antigo 1.6 boxer arrefecido a ar, para atender às novas normas de emissões.
A Volkswagen Kombi saiu de linha no final de 2013, após 56 anos de produção ininterrupta em São Bernardo do Campo (SP). Por se tratar de um projeto dos anos 1950, o utilitário não era capaz de ser adequado às novas leis de segurança, que entraram em vigor em 2014 obrigando a instalação de airbags frontais e sistema antitravamento (ABS) nos freios de todos os veículos novos comercializados no país. O Brasil, aliás, foi o último país a encerrar a fabricação da Kombi.
