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Fiat Titano: picape chinesa com terno italiano

Picape média tem visual imponente, preços atrativos e mecânica conhecida, mas suspensão poderia ser melhor acertada

A Fiat Titano foi lançada no mercado brasileiro com duas missões: fazer a estreia da marca italiana no segmento de picapes médias no país e, consequentemente, aumentar a participação da fabricante no segmento de caminhonetes.

Mesmo sem ter um modelo médio, a Fiat fechou 2023 com 43% do mercado nacional de picapes, contabilizando apenas as vendas da compacta Strada e da intermediária Toro. Esse volume é maior que o de Chevrolet, Toyota e Volkswagen somados.

 

Para atingir 8% de participação do segmento de picapes médias, a Titano aposta nos itens mais apreciados pelos clientes desse tipo de veículo: motorização a diesel, tração 4x4 e capacidade de carga de, pelo menos, uma tonelada.

Preços mais atrativos que os das rivais

A versão de entrada Endurance (R$ 219.990) deverá ser direcionada a frotistas e licitações de órgãos públicos. O seu visual é mais básico, com para-choques sem pintura e rodas de aço de 17 polegadas. Ainda assim, a picape é equipada de série com seis airbags, controles de estabilidade e tração, assistentes de partida em rampa e frenagem em descida, bloqueio do diferencial traseiro, controle de cruzeiro, ar-condicionado, entre outros itens.

Essa configuração tem como principais concorrentes a Ford Ranger XL (R$ 239.990) e a Toyota Hilux STD (R$ 242.590), também vendidas com câmbio manual de seis marchas.

Para os clientes que priorizam mais equipamentos, a versão Volcano (R$ 239.990) adiciona câmbio automático de seis velocidades, para-choques pintados na cor da carroceria; rodas de liga leve de 17”; central multimídia de 10” com comandos por voz, Android Auto e Apple CarPlay; câmera 180° no retrovisor do lado direito; sensor de estacionamento traseiro; câmera de ré; bancos e volante revestidos de couro; faróis de neblina; tomada 12V na caçamba; assoalho em carpete; protetor de caçamba; capota marítima. A rival mais próxima em preço da Titano Volcano é a Ford Ranger XLS 2.0 turbodiesel 4x4, vendida por R$ 259.990.

Por fim, a Titano Ranch (R$ 259.990) traz visual mais caprichado e pacote de equipamentos mais sofisticado, acrescentando créscimo de ar-condicionado automático de duas zonas; alerta de saída de faixa; rebatimento elétrico dos retrovisores; câmera 360°; bancos dianteiros com regulagem elétrica; faróis de LED com acendimento automático; sensor de chuva; luzes de rodagem diurna e faróis de neblina em LED; sensor de estacionamento dianteiro; santantônio cromado; rodas de liga leve de 18” (pneus 265/60 R18); estribos laterais; monitoramento de pressão dos pneus; chave presencial; quatro alto-falantes e dois tweeters.

É o mesmo valor que a Ford pede pela Ranger XLS 2.0 turbodiesel 4x4, porém, abaixo dos R$ 268.450 da Nissan Frontier e distante dos R$ 289.990 cobrados pela Toyota Hilux SRV.

Chinesa com terno italiano

A Fiat Titano é baseada na Peugeot Landtrek que, por sua vez, é derivada da picape chinesa Changan F70. O modelo é montado no Uruguai pela Nordex, com peças trazidas da China em regime CKD. Para atender às exigências do mercado sul-americano, a Titano passou por diversas atualizações de chassi e suspensão promovidas pela engenharia da Fiat brasileira.

O visual da Titano segue o estilo das demais picapes médias, mas não deixa de ser elegante, mesmo sendo idêntico ao da Landtrek. A dianteira manteve, na versão topo de linha, os faróis com os prolongamentos em LED que fazem o papel das luzes de rodagem diurna, uma característica dos carros da Peugeot. Apenas a grade frontal e os emblemas da tampa da caçamba identificam a picape como um modelo da Fiat.

Por dentro, o volante de dois raios idêntico ao do Peugeot 208 recebeu o logotipo da Fiat. De resto, a Titano decepciona um pouco pelo acabamento um tanto simples até mesmo na versão mais cara. A cabine é predominada por plástico rígido, com material macio ao toque apenas nos apoios de braço das portas.

Quem viaja no banco traseiro encontra espaço semelhante ao das outras picapes médias, mas conta com saídas de ar e uma porta USB para recarregar o telefone celular. Sob o assento, um nicho serve para guardar objetos pequenos.

Suspensão da Strada poderia servir de exemplo

Um dos atributos que fazem da Fiat Strada a picape compacta mais vendida do Brasil há mais de duas décadas é a suspensão traseira de feixe de molas. Além de robusto, o sistema confere certa dose de conforto quando não é necessário carregar muito peso.

Essa característica da irmã menor poderia ser aplicada na Titano. A novata utiliza o mesmo tipo de suspensão, mas o seu acerto carece de maior refinamento, principalmente em pisos acidentados. Durante o teste-drive, notamos que a traseira da picape “quica” demasiadamente em asfalto irregular. No trecho de terra batida e cascalho, essa impressão ficou ainda mais nítida, com o agravante de as suspensões atingirem facilmente o final de seu curso ao passar sobre erosões e valetas.

Motor do Ducato

Já o motor 2.2 turbodiesel de quatro cilindros com injeção direta de 180 cv se mostrou suave e com pouca vibração, mas o seu desempenho é, de fato, um pouco abaixo do que as rivais na faixa dos 200 cv entregam. O câmbio automático prioriza a economia de combustível, mas estica as marchas nas acelerações quando o modo Sport é acionado no botão no console central. Essa condição é ideal para aproveitar melhor o torque máximo de 40,8 kgfm em ultrapassagens em rodovias – na versão Endurance, o torque é de 37,7 kgfm para preservar a transmissão manual.

Nesse primeiro contato, a Titano mostrou que pode atingir as metas de vendas da Fiat se mantiver a estratégia de preços mais competitivos. Como produto, a picape não se sobressai em relação à concorrência em praticamente nenhum quesito, pois não oferece tecnologias de condução semiautônoma e a sua motorização, embora atenda o seu propósito de uso, fica na média da categoria. E, na contramão das concorrentes dotadas de direção elétrica, a Titano remete a picapes de gerações anteriores com a sua direção com assistência hidráulica.

Itens, como função um toque dos vidros e carregador de celular por indução, que poderiam ser de série ao menos na versão mais cara, são oferecidos na linha de acessórios. Ao menos, a Titano chega com cinco anos de garantia e conta com a capilaridade das mais de 500 concessionárias Fiat espalhadas pelo Brasil, o que pode ser determinante para clientes afastados dos grandes centros fecharem negócio.

Teste-drive a convite da Stellantis

Ficha técnica Fiat Titano Volcano

Preço: R$ 239.990 (março de 2024)
Motor a combustão: dianteiro, longitudinal, 2.2 turbo, 16 válvulas, quatro cilindros, injeção direta, a diesel
Potência: 180 cv a 3.750 rpm
Torque: 40,8 kgfm a 2.000 rpm
Tração: 4x2 traseira, 4x4 e 4x4 com reduzida
Câmbio: automático de 6 marchas
Direção: hidráulica
Suspensão dianteira: independente McPherson
Suspensão traseira: eixo rígido com feixes de molas semielípticas
Freios dianteiros: discos ventilados com ABS e EBD
Freios traseiros: tambores com ABS e EBD
Pneus: 265/65 R17
Rodas: liga leve 17 polegadas
Dimensões: 5.330 mm de comprimento/ 1.963 mm de largura (sem espelhos)/ 1.858 mm de altura/ 3.180 mm de entre-eixos
Altura livre do solo: 235 mm
Ângulo de ataque: 29°
Ângulo central: 25°
Ângulo de saída: 27°
Peso em ordem de marcha: 2.097 kg
Capacidade de carga: 1.020 kg
Capacidade de reboque (com freio): 3.500 kg
Volume da caçamba: 1.314 litros
Volume do tanque de combustível: 80 litros
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,4 segundos
Velocidade máxima: 175 km/h (limitada eletronicamente)

Consumo (Inmetro)
Ciclo urbano: 8,6 km/l
Ciclo estrada: 9,3 km/l

Avaliação Profissional KBB
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