Se você teve a chance de ler nossa reportagem sobre o Bugatti Divo, deve ter notado que estranhamos um bocado o fato de a Bugatti informar que o hipercarro mais caro da história tinha exatamente o mesmo peso divulgado para o Chiron. Apesar de a fabricante dizer que ele é 35 kg mais leve do que o modelo do qual deriva. Mas, afinal de contas, o que explica isso? Erro da assessoria de imprensa? Conversa para boi dormir? Alguma explicação técnica mirabolante? Nada disso. Batemos um papo com a Bugatti e a razão é mais simples do que poderia parecer.
Segundo a fabricante, o Divo nada mais é do que um produto artesanal, feito como os carrozzieri faziam carrocerias antigamente. Como os que se esmeravam em tornar o Duesenberg modelo J ainda mais impressionante do que ele já era. A vantagem, além de poder cobrar os tubos pelo carro, é que não é necessário um novo processo de homologação. A desvantagem é que o peso informado para o carro novo tem de ser exatamente o mesmo do modelo no qual ele se baseia, ou seja, no Chiron.
O cuidado da marca é tanto que ela nem nos permite dizer que basta pegar os 1.995 kg do Divo e tirar 35 kg para chegar ao peso DIN Empty que ele poderia informar. Para a Bugatti, é suficiente dizer que ele é 35 kg e conclua o leitor o que preferir. Em suma, jeitinho francês para não dizer o óbvio e não ter de fazer um novo processo de homologação para o Divo. Para todos os efeitos, ele é apenas uma carroceria diferente sobre um mesmo chassi. E isso não deverá incomodar em nada aqueles dispostos a pagar € 5 milhões ou mais por cada uma das unidades do Divo.