Nos anos 1950 e 1960, a Ford fez uma parceria mais do que bem-sucedida com Carroll Shelby. Uma que, entre outras coisas, deu origem ao Cobra. Dizem que a GM ficou meio enciumada com o sucesso da concorrente nas pistas e que encomendou a Bill Thomas um carro que pudesse enfrentar a serpente da Ford. E o resultado foi o Cheetah. Na época, bastava ter cem unidades produzidas para venda ao público para conseguir homologar os veículos para corridas. Só que, enquanto o projeto caminhava, a exigência passou a ser de mil unidades para as ruas. E a GM desistiu da empreitada com apenas 29 carros construídos, dos quais 15 resistem. Entre eles esse belo Cheetah vermelho, considerado um dos mais originais à disposição. E que será leiloado em breve pela Guernsey's.
O Cheetah foi fabricado de 1963 a 1964, o que explica sua raridade. Com entre-eixos curtinho, de apenas 2,29 m (menor que o do Fiat Mobi) e balanços dianteiro e traseiro ainda mais comedidos, o Cheetah não tem seu comprimento divulgado, mas não deve passar muito dos 3 m, se é que passa. Com largura de 1,73 m e apenas 1,19 m de altura, o Cheetah pesava cerca de 700 kg. Tinha carroceria de fibra de vidro, chassi tubular e um motor V8 6.3 de alumínio sob o longo capô, que entregava 481 cv e 60,2 kgfm.
O que será leiloado pertence desde 1965 a Sam Goins, que andou pouquíssimo com o carro. Algo que não se pode saber com certeza, já que o Cheetah, pelo menos este, não veio com hodômetro. O caso é que essa máquina, com seu motorzão e seu pouco peso, chegou à marca de 346 km/h no circuito de Daytona em 1964. Se tivesse sido fabricado em série, com unidades de rua, o Cheetah provavelmente teria sido o mais longo detentor do recorde de velocidade máxima do mundo, à frente do McLaren F1. Vale lembrar que o Ferrari F40 é considerado o primeiro carro de rua a ter quebrado a barreira das 200 mph (320 km/h). Isso em 1987. O que mostra por que este Cheetah pode chegar facilmente a um preço de quase US$ 1 milhão.
