Pela primeira vez na história, a cotação do dólar fechou acima dos R$ 5 no Brasil. Com essa alta recente, além do aumento no valor dos importados, como ocorreu com o Toyota RAV4, há também perspectiva que afete os preços dos veículos fabricados aqui. Isso acontecerá naturalmente se essa cotação se manter, já que diversos componentes são importados.
Segundo o Ministério da Economia, em 2019, somente a indústria automotiva importou US$ 13,2 bilhões em componentes. Para efeito de comparação, entre dezembro e janeiro o dólar estava na casa dos R$ 4, o que significa que o montante de importação alcançou R$ 52,8 bilhões. Mantendo a projeção de número de componentes importados (que pode cair com a crise do Coronavírus) o valor investido subiria para R$ 66 bilhões.
Caso as vendas não sejam afetadas devido o avanço da covid-19, ou seja, alcançarmos os 3 milhões de carros vendidos em 2020, o custo da produção de cada veículo seria de R$ 4.400. Esse valor considerando apenas a diferença da cotação, sem levar em conta margens de lucro ou a variação da quantidade de peças importadas em cada veículo. Um carro de entrada, por exemplo, tem cerca de 40% de suas peças importadas, enquanto em outros segmentos o número é ainda maior.
Segundo a Anfavea, a China corresponde a 13% das peças importadas utilizadas pelas fabricantes brasileiras e como o transporte deste material leva cerca de 8 semanas entre os dois países, o estoque que as empresas têm até aqui permite manter o ritmo de produção regular, contudo, esta paralisação chinesa acarretará numa lacuna de abastecimento até a situação chinesa se normalizar. Agora, a Europa tem parado sua produção, mas não há estimativa no impacto.
Ainda segundo a associação, é possível manter o ritmo normal de vendas nos próximos 30 dias. Confira também o que dizem as marcas a respeito do impacto do coronavírus na produção.
