Recentemente, a Fiat inseriu parcialmente a linha 2022 do Cronos em seu site oficial. Parcialmente pois apenas as versões 1.3 mudaram de ano-modelo, enquanto os 1.8 seguem como 2021. Justamente um deles é alvo da nossa avaliação, o Cronos Drive 1.8, a versão que nasceu apostando no custo-benefício, mas se perdeu no meio do caminho.
Primeiro vamos começar apresentando a configuração. Lançada no final de 2018 por R$ 70 mil, o Cronos Drive 1.8 nasceu para aproveitar as isenções para o público PCD, uma vez que a versão Precision havia ficado cara demais. Foi uma sacada interessante da Fiat, já que o Cronos, como produto era superior ao Chevrolet Prisma, Hyundai HB20S e competia bem com o Volkswagen Virtus 1.6.
No entanto, o tempo passou, o Prisma foi substituído pelo Onix Plus e o HB20S mudou radicalmente, melhorando bastante. Ambos se tornaram melhores que o Fiat Cronos e hoje possui custo-benefício mais interessante que o Fiat. Além disso, ganhou a competição do novo Nissan Versa.
Para que você consiga colocar em perspectiva, o Cronos Drive 1.8 parte de R$ 90.490, mas pode chegar aos R$ 96.170 com o pacote opcional Drive Plus, que adiciona seta nos retrovisores e função tilt down, além de câmera de ré e faróis de neblina. Para se ter uma ideia, o Onix Plus mais caro sai por R$ 95.850, enquanto o HB20S custa R$ 95.990.
O Virtus também ficou consideravelmente mais caro e as versões mais próximas em preço são a 1.6 MSI por R$ 91.44 ou a Comfortline com motor 1.0 TSI por R$ 97.440. Já o Versa tem apenas o Sense CVT nessa faixa por R$ 91.970.
Então devo descartar totalmente o Cronos?
Não. O Cronos é sem dúvidas um bom produto e uma negociação mais forte na concessionária pode fazer o modelo voltar a ser um negócio mais interessante. Vale lembrar que a Fiat costuma trabalhar com generosos descontos.
Além disso, quando falamos que o Cronos é um bom produto, estamos falando a respeito de diversas características do carro. A primeira delas é o espaço. O entre-eixos é de 2,52 metros, o que não parece ser muito, mas é bem aproveitado. O destaque é o porta-malas com 520 litros.
O acabamento não conta com materiais macios ao toque ou texturas diferentes, mas está um pouco acima dos principais concorrentes. Os encaixes são precisos e não há rebarbas nem mesmo em partes escondidas, como na parte interna das alças nas portas.
Equipamentos básicos
Com a chegada de rivais mais equipados e modernos, o Cronos Drive tem o que podemos chamar de básico. Há direção elétrica, multimídia Uconnect de sete polegadas (com duas portas USB, Android Auto e Apple CarPlay), vidros dianteiros elétricos e ar-condicionado digital e automático. Há ainda os controles de tração e estabilidade e auxiliar de partida em rampa.
Como anda
O motor dessa versão é o Etorq 1.8 de 139 cv e 19,2 kgfm de torque. Esse propulsor já é um velho conhecido do público brasileiro. Se o desempenho é criticado nas aplicações para a Toro e o Jeep Renegade, o mesmo não pode ser dito da dupla Argo e Cronos. O desempenho é bom, mas o torque só aparece em rotações mais altas, prejudicando o consumo.
Segundo o Inmetro, o Cronos faz 6,7 km/l na cidade com etanol e 9,3 km/l em rodovias. Com gasolina os números são de 9,8 km/l e 13,2 km/l, respectivamente. Não são números assustadores para um motor aspirado, mas dentro do segmento, com vários rivais turbinados, é um fator que pode desestimular a compra.
Em compensação, o Cronos tem um dos melhores acertos de suspensão da categoria. O conjunto é o mesmo de vários rivais, McPherson na dianteira e eixo rígido na traseira, mas com acerto mais equilibrado, não tão firme como Virtus e nem tão macio como o do Onix Plus.
Conclusão
Se você está pensando em um Cronos e faz questão de ter um automático, a configuração Drive é ainda a melhor opção. A grande questão são os rivais, que se tonaram superiores. O sedã da Fiat talvez fique mais atrativo no próximo ano, quando deve receber o motor 1.0 turbo que estreia no Pulse.