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Jeep Wrangler Rubicon: bruto, rústico e sistemático

Jipão é divertido, mas cobra muito por funcionalidades que só fazem sentido longe do asfalto

“Aqui não. Posso até não ser simpático, comigo não tem desculpa. Minha criação é chucra, a verdade ninguém furta. Sou bruto, rústico e sistemático”. O trecho da música da dupla João Carreiro (1982-2024) e Capataz define um sujeito de convicções conservadoras que tem dificuldade de aceitar novos padrões comportamentais.

Essa narrativa poderia servir para o Jeep Wrangler, mas hoje o modelo mais emblemático da marca tenta amenizar um pouco da rusticidade característica que consagrou as gerações anteriores para atingir um público menos (ou nada) ávido a aventuras longe do asfalto.

Herança rústica

Ainda assim, o Wrangler manteve parte do DNA dos seus antepassados criados para servirem o Exército dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e, mais tarde, serem utilizados como veículo de serviço em regiões remotas mundo afora.

É pouco provável que o dono de um Wrangler Rubicon vá colocar um veículo de quase meio milhão de reais na lama. Mas, se preciso for, o jipão estará pronto para encarar praticamente qualquer desafio, pois a sua construção foi pensada para honrar o legado do valente Jeep CJ, o primeiro 4x4 de produção em massa para o uso civil.

Sob o robusto chassi de longarinas, eixos rígidos com diferencial Dana 44 na dianteira e na traseira permitem ao Wrangler passar sobre obstáculos urbanos como se estivesse passeando em uma estrada qualquer. Caso tenha de se embrenhar em trilhas, o sistema de tração nas quatro rodas com reduzida e os bloqueios mecânicos nos diferenciais otimizam a entrega de força do motor 2.0 turbo a gasolina da maneira mais eficiente possível.

O propulsor de quatro cilindros compartilhado com a picape Rampage gera bons 272 cv de potência e 40,8 kgfm de torque, associado ao câmbio automático de nove marchas.

A barra estabilizadora pode ser desacoplada, por meio de um botão no console, para aumentar a articulação da suspensão dianteira em locais que exigem maior mobilidade, como barrancos e erosões no uso fora-de-estrada.

Bruto demais para o asfalto

Esse arsenal de recursos faz todo o sentido para um veículo feito para rodar em locais mais inóspitos. No entanto, o visual rústico do Wrangler também atrai clientes endinheirados que rodam a maior parte do tempo nas grandes cidades, mas querem algo diferente dos onipresentes SUVs.

E isso reflete num carro menos amigável em termos de conforto e praticidade no convívio diário. Embora o motor seja capaz de mover as mais de duas toneladas com boa disposição, a dirigibilidade demanda algum tempo para se acostumar com a menor precisão direção eletro-hidráulica do tipo setor com rosca sem fim, sistema abolido por veículos de passeio há anos. Apesar dessa peculiaridade e do seu tamanho, o Wrangler tem raio de esterço menor que o da maioria das picapes médias, o que facilita as manobras.

Mesmo dotado de câmeras dianteira (esta pode ser acionada durante o uso em trilhas para observar obstáculos) e traseira, o jipe exige maior cuidado na hora de estacionar ou acessar garagens de edifícios devido à altura de sua capota – que pode ser removida junto com as portas para passeios ao ar livre.

Em resumo, as virtudes para o uso no off-road acabam se tornando empecilhos para quem pensa em usar o Wrangler no dia a dia. A sua elevada altura em relação ao solo dificulta o embarque dos passageiros, uma vez que o jipe não possui estribos para o acesso à cabine. Os pneus lameiros são ruidosos no asfalto e requerem frequentes correções de direção na estrada. As suspensões sacolejam ao passar por ruas mais esburacadas, exigindo cautela nas curvas e mudanças de direção mais rápidas.

O jipão vai bem em viagens, aproveitando o bom torque do motor para manter a velocidade de cruzeiro e reagir com certa rapidez em retomadas. A Jeep informa que o Wrangler Rubicon acelera de 0 a 100 km/h na casa dos 8 segundos.

Porém, a aerodinâmica de tijolo e os 2.051 kg de peso em ordem de marcha se mostram presentes no consumo de gasolina. Na cidade, a média ficou quase sempre na faixa dos 5 km/l, enquanto na estrada a nossa melhor marca foi de 11 km/l.

Nem tão sistemático assim

Apesar da rusticidade, o Wrangler Rubicon trata bem os ocupantes. Ar-condicionado digital de duas zonas com saídas para o banco traseiro, multimídia de 8,4 polegadas com Android Auto e Apple Carplay e sistema de som Alpine com alto-falantes nas barras do teto e subwoofer no porta-malas de quase 500 litros são alguns dos mimos para tornar a viagem ou o passeio nas trilhas mais agradáveis.

Para facilitar a limpeza após uma incursão em lamaçais, o piso possui drenos para escoar a água após a lavagem.

São apenas quatro airbags (dois frontais e dois laterais) pelo fato de as portas e o teto serem removíveis, o que inviabiliza a instalação das bolsas infláveis de cortina. Mas o pacote de segurança inclui controles de estabilidade e tração, assistentes de partida em rampa e frenagem em descida, sensor de ponto cego e controle de cruzeiro adaptativo com frenagem autônoma emergencial. Os faróis de LED têm acendimento automático.

Outro recurso que favorece a segurança é o modo Auto da tração 4x4. Quando acionado, o sistema identifica sozinho situações em que deve distribuir a força do motor para as rodas com mais aderência, o que é bastante útil em piso molhado ou com neve.

Valente e divertido, o Wrangler Rubicon é o típico brinquedo de gente (literalmente) grande. Para quem não precisa se aventurar em trilhas, o jipão é uma opção puramente emocional, pois no mercado há diversos utilitários esportivos que entregam mais conforto e comodidade custando menos que os R$ 481.834 pedidos pela Jeep.

Ficha técnica Jeep Wrangler Rubicon

Preço: R$ 481.834 (fevereiro de 2024)
Motor a combustão: dianteiro, longitudinal, 2.0 turbo, 16 válvulas, injeção direta, a gasolina
Potência: 272 cv 5.250 rpm
Torque: 40,8 kgfm a 3.000 rpm
Tração: traseira, 4x4, 4x4 automático e 4x4 com reduzida
Câmbio: automático 9 marchas
Direção: eletro-hidráulica
Suspensão dianteira: eixo rígido com molas helicoidais
Suspensão traseira: eixo rígido com molas helicoidais
Freios dianteiros: discos ventilados com ABS e EBD
Freios traseiros: discos sólidos com ABS e EBD
Pneus: 255/75 R17
Rodas: liga leve 17 polegadas
Dimensões: 4.785 mm de comprimento/ 1.894 mm de largura/ 1.853 mm de altura/ 3.008 mm de entre-eixos
Altura livre do solo: 268 mm
Ângulo de ataque: 41,4°
Ângulo de saída: 36,1°
Ângulo central: 20,3°
Capacidade transposição de alagamentos: 760 mm
Peso em ordem de marcha: 2.051 kg
Capacidade de carga: 601 kg
Capacidade de reboque: 1.588 kg
Volume do porta-malas: 498 litros
Volume do tanque de combustível: 81 litros
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,2 segundos
Velocidade máxima: 156 km/h (limitada eletronicamente)

Consumo (Inmetro)
Ciclo urbano: 7,5 km/l
Ciclo estrada: 8,2 km/l

Avaliação Profissional KBB
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