Brasil e Argentina assinaram um acordo que prevê livre comércio de carros entre os dois países a partir de 2029. Apesar da crise econômica vivida na argentina com forte queda nas exportações brasileiras para o vizinho, os "hermanos" ainda são o principal cliente brasileiro em termos de vendas para o exterior.
O novo acordo entrara em vigor daqui um mês, mas enquanto o livre comércio não estiver valendo, ou seja, daqui 10 anos, o chamado sistema flex, introduzido em 2016, seguirá valendo.
Pelo acordo, as exportações de carros e autopeças de um país do outro não podem ser uma vez e meia maior do que o parceiro importa do vizinho. Ou seja, a cada US$ 1,5 que alguém exporta, é permitido importar US$ 1. Apesar disso, agora há uma programação para aumentar o nível de exportações gradualmente até o livre comércio.
A partir do momento que o acordo começar a valer, a cota sobe para US$ 1,7 de exportação a cada US$ 1 importado. Em julho de 2025 o numero chegará a US$ 2 para exportação e ficará nesse valor até junho de 2027. A partir de julho de 2028 até junho de 2029, o valor permitido será de US$ 3 para exportação a cada dólar importado. Em julho de 2029 começará a vigorar o livre comércio.
Nível de nacionalização
O índice de nacionalização, ou seja, a porcentagem de peças nacionais daquele veículo, também vai cair. Atualmente é necessário 60% de nacionalização para um carro ser exportado para a Argentina com tarifa zero, o novo acordo prevê 50%. Essa queda não valerá para autopeças. Para elas, o índice de conteúdo regional será mantido em 60% e, depois de 7 anos, passa a valer o que foi negociado pelo acordo Mercosul-União Europeia.
Híbridos e elétricos
O crescimento do interesse por híbridos e elétricos fez os países negociarem uma cota específica. A partir de janeiro de 2020 será possível importar ou exportar até 15 mil unidades. A cota crescerá 3.5000 unidades por ano até chegar ao total de 50 mil unidades até 2029.
Premium
Carros premium também terão cota de comercialização, mas com índice de nacionalização menor: 35%. Segundo as partes, isso acontece por terem maior conteúdo tecnológico e, portanto, requerem maior quantidade de peças importadas.
Por fim, o presidente da Argentina, Maurício Macri, comemorou o acerto. "Solucionamos o principal problema com nosso grande sócio comercial. Em 2020 deveria começar o livre comércio automotivo. É melhor para a nossa indústria acordar 10 anos de adequação e estabelecer prazos de integração até 2029", declarou através de sua conta no Twitter.