A Lamborghini anunciou na última sexta (3) que apresentaria nesta segunda (6) sua visão de um supercarro do futuro. A apresentação ocorrerá em um evento do MIT (Massachusetts Institute of Technology), uma das universidades de tecnologia mais famosas do mundo. E ela é parceira da Lamborghini no desenvolvimento do modelo. Ninguém sabia muito do que se tratava, mas a KBB conseguiu obter mais informações sobre o modelo. Ele será um conceito elétrico e se chamará Terzo Millennio.
O conceito será apresentado no EMTech por dois executivos da marca, Maurizio Reggiani, CTO (Chief Technical Officer) da empresa, e por Mitja Borkert, chefe de design da Lamborghini. Segundo o informativo do evento, o Terzo Millennio será um "resumo dos desafios a superar para criar uma Lamborghini Elletrica". Talvez tenhamos aí também o nome da divisão da marca dedicada aos veículos elétricos.
Os primeiros dois passos no processo seriam uma forma eficiente de armazenar a energia elétrica e o desenvolvimento de materiais multifuncionais para a carroceria do veículo. No desenvolvimento das baterias do Terzo Millennio, a Lamborghini contou com a ajuda do MIT Dinca Research Lab, especializado em química, enquanto as peças multifuncionais foram elaboradas em parceria com o MIT Laboratory for Manufacturing and Productivity.
ATUALIZAÇÃO
Conforme havíamos adiantado, o Terzo Millennio é elétrico e tem peças multifuncionais, mas o real sentido disso vai muito além do que havíamos imaginado. Isso porque o MIT pretende desenvolver peças de carroceria que atuam não só de um modo estrutural, para dar forma ao modelo, mas também como "acumuladores de energia". Em outras palavras, como baterias. Mas não como baterias como as que conhecemos hoje. Elas seriam um híbrido entre as baterias atuais e os supercapacitores. Capazes de armazenar e de liberar muita eletricidade rapidamente (o que ajudaria no desempenho do veículo e na recarga), mas também estáveis para conservar a energia pelo mesmo tempo que as baterias atuais.
Se você reparar bem na carroceria do conceito, verá que todos os paineis da carroceria parecem ter alguma função aerodinâmica. E têm, de acordo com os executivos da Lamborghini. Isso se deve ao princípio de baixo peso e alta eficiência que o conceito propõe. O modelo tem um motor elétrico em cada roda, algo que aumenta a massa não suspensa e pode causar problemas de dinâmica, mas talvez a Lamborghini também esteja empenhada em fazer motores elétricos e rodas mais leves, que poderia minimizar essas questões.
Outro elemento inovador do Terzo Millennio é o uso da fibra de carbono. Inclusive em peças de alta propensão à fadiga, como as da suspensão. Isso será possível pelo desenvolvimento de peças que se regenerarão. A ideia é dotar cada uma delas de nanotubos com elementos químicos que curem eventuais trincas e impeçam que as peças se quebrem logo que algum problema apareça.
Apesar da negativa do próprio Maurizio Reggiani, dada ao site Digital Trends em setembro, a Lamborghini paquera as tecnologias autônomas. No Terzo Millennio, os sistemas autônomos do carro, chamados de Piloted Driving, poderiam levar seu motorista por circuitos conhecidos, como o de Imola. Seria como um "instrutor virtual" controlando o veículo. Depois de aprender as manhas da pista, o aspirante a piloto poderia assumir o comando e tentar repetir a performance do "instrutor" perseguindo-o pelo circuito. Provavelmente como um holograma projetado no para-brisa do Lambo elétrico.
Iniciada em novembro de novembro de 2016, a parceria entre o MIT e a Lamborghini deve durar mais dois anos, período no qual se espera que as tecnologias sugeridas agora sejam desenvolvidas para apresentar pelo menos um conceito realmente funcional. Provavelmente perto de novembro de 2019. O Terzo Millennio é apenas um mock-up, ou seja, um conceito de design. E o embrião da Lamborghini Elletrica.
