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Avaliação KBB™ - Honda WR-V EXL

A Honda tentou transformar o Fit em um SUV. Se conseguiu ou não, você poderá dizer, mas o fato é que o WR-V não é um mero Fit aventureiro.

Aparentemente, não existe um consenso para definir o que é um SUV. Algumas características como altura livre do solo, maiores ângulos de ataque e saída, espaço generoso e até capacidade off-road são comumente citados para descrever um utilitário esportivo. Só que, sem critérios objetivos claros, essas características são insuficientes para delimitar este universo. E o problema é que hoje algumas marcas querem tanto aproveitar a onda de sucesso dos SUVs que caracterizam como tal até mesmo modelos subcompactos. 

Não é o caso da Honda. A marca, que detinha o título de crossover mais vendido do Brasil com o HR-V (perdido em 2017 para o Jeep Compass), quis ampliar sua parcela de mercado entre os utilitários com uma receita conservadora, mas que faz sentido. Eles tentaram transformar o monovolume Fit, modelo de sucesso e quase unânime no mercado, num SUV, aproveitando as qualidades reconhecidas nele, como versatilidade e espaço interno, e alterando o conjunto mecânico e sua dinâmica "naquilo que o consumidor mais percebe", segundo a própria fabricante. 

Ou seja, deram um tapa no visual e deixaram o carro mais agradável de guiar sobre pisos acidentados. Afinal, a suspensão dura é uma das poucas críticas que se faz ao Fit. Resta saber se essas mudanças de fato tiveram o efeito esperado no WR-V e se elas o habilitam a ser um legítimo SUV, como você poderá tirar suas próprias conclusões a seguir. 

Honda WR-V EXL

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Cabine prática é a grande virtude do WR-V. Como o interior do modelo é exatamente igual ao do Fit (antes da reestilização do monovolume, que já avaliamos), todas as qualidades dele são encontradas no WR-V. Exemplo disso é o espaço traseiro bem razoável, algo conseguido com bancos dianteiros com trilhos limitados e que penalizam motoristas mais altos. Quem tem mais de 1,80 m acaba dirigindo com as pernas arqueadas. Ainda assim, os bancos traseiros têm assoalho mais plano, para maior conforto de quem viaja no centro, e configuração modular ULT, que não só amplia o espaço do bagageiro, formando uma superfície plana até os bancos dianteiros quando são rebatidos, mas também permitindo levar objetos altos, como vasos, no vão que surge ao se rebater o assento traseiro. 

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O desempenho do WR-V não é ruim, mas o comportamento do câmbio CVT, um tanto monótono na progressão de velocidade e ruidoso a partir de médias rotações, pode ser incômodo, sobretudo em situações que exigem mais força do motor. 

O que tem de novo em 2017

O WR-V já chegou ao mercado como modelo 2017, ou seja, tudo é novidade. As mudanças mais evidentes para o consumidor estão no visual do carro (conforme detalharemos adiante), mas são as alterações mecânicas que fazem a Honda chamá-lo de SUV. O WR-V é 6 cm mais alto do que o Fit em relação ao solo. Seu ângulos de ataque (21º) e saída (33º) também são maiores do que os do monovolume (e superam até os do Nissan Kicks, para efeito de comparação). Mais de oito itens foram mexidos na suspensão do carro, incluindo ângulo do cáster, buchas, barra estabilizadora dianteira e molas, que ganharam curso mais longo. 

Honda WR-V EXL

Dirigindo o Honda WR-V EXL

Encontrar a posição ideal de dirigir do WR-V não é difícil. A versão EXL conta com ajuste de profundidade do volante e, já que o carro é idêntico ao Fit por dentro, ergonomia é uma das virtudes do WR-V. Tudo está muito bem à mão do motorista. A vantagem do WR-V sobre o irmão quase gêmeo é que a plástica na dianteira elevou o capô, cujo fim é possível ver do banco do motorista, sanando uma das poucas críticas ao Fit feitas por pessoas com estatura mais baixa. Elas não enxergavam onde o carro termina. 

O conjunto mecânico de motor 1.5 de 116 cv e 15,3 kgfm de torque, acoplado ao câmbio CVT, entrega desempenho igual ao do Fit. Isso significa que o modelo não sofre para ser embalado em qualquer situação urbana. Também oferece bom fôlego em rodovias, mas não espere emoção nenhuma. A sensação para o motorista é que o comportamento do câmbio é um tanto monótono na progressão de velocidade e, ao atingir a rotação ideal do motor, o nível de ruído gerado chega a incomodar quem está na cabine. Em comparação com outros câmbios continuamente variáveis do mercado, o do WR-V é ligeiramente menos ágil para entender as necessidades do motorista. 

Por outro lado, a média de consumo do carro é razoável. Nota A na categoria pelo Inmetro, ele roda 8,1 km/l na cidade e 8,8 km/l em rodovias, com etanol (a gasolina, estes números são 11,7 km/l e 12,4 km/l, respectivamente). 

Honda WR-V EXL

O que importa pontuar sobre dirigir o WR-V é sua habilidade sensivelmente melhor para absorver impactos. Como dissemos há pouco, o "SUV" teve sua suspensão toda retrabalhada e ganhou maiores ângulos de ataque e saída. Na prática, isso significa que é raro fazê-lo raspar em lombadas e valetas e há baixa incidência de batidas secas no assoalho. Devido à maior maciez ao rodar, o carro transpõe elevações e buracos da via de modo mais confortável se comparado ao Fit.

Sacadas inteligentes

A carta na manga do WR-V não é dele. É do Fit. O interior extremamente funcional é marca registrada do monovolume e deve ter sido exatamente isso que fez a Honda perceber que ele poderia se transformar num "SUV". A configuração ULT da cabine, que permite estocar algo sob os bancos traseiros ou rebatê-los a ponto de formar uma superfície plana atrás, é a grande saca do WR-V para conquistar quem precisa de espaço e versatilidade num carro compacto. 

Detalhes do Honda WR-V EXL

Interior

A cabine do WR-V segue o padrão reconhecidamente sóbrio em termos de design da Honda. O painel exibe linhas retilíneas e o acabamento é todo feito de plástico duro, o que pode dar margem a alguns riscos, e tecido onde mais se encosta. Contudo, a qualidade da montagem é impecável e a organização dos comandos é funcional, com tudo à mão do motorista, de maneira intuitiva. O console central oferece compartimentos diversos para abrigar objetos e copos, facilitando a vida de quem precisa espalhar suas coisas pelo carro.

Honda WR-V EXL

A central multimídia da versão EXL tem tela de 7 polegadas sensível ao toque, mas não é compatível com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto. Seu software já está defasado em relação ao oferecido na linha 2018 do Fit (bem como o ar-condicionado, que agora é digital no monovolume atual). 

O espaço atrás é suficiente para acomodar três pessoas com relativo conforto. Como já mencionamos, a cabine do WR-V é tão versátil quanto a do Fit, permitindo abrigar bagagens pequenas sob o assento traseiro ou rebatê-lo para aumentar o tamanho do porta-malas, que possui modestos 363 litros com os encostos erguidos. 

Exterior

A diferença mais nítida entre Fit e WR-V a "olho nu" está do lado de fora. A frente do modelo foi toda modificada, com faróis e grade mais imponentes, além do capô elevado. Tudo isso entrega uma personalidade mais robusta ao crossover. Os para-lamas têm proteção de plástico para dar uma pitada de aventura ao carro. Atrás, somente a disposição lanternas (horizontais no WR-V) mudou. 

Equipamentos

A versão EXL é a topo de linha do WR-V. Entre os principais equipamentos de série, estão 6 airbags, ar-condicionado, trio elétrico (vidros, travas e retrovisores), direção elétrica, DRL de LED, rodas de liga leve de aro 17, volante com ajuste de profundidade, controlador de velocidade, bancos bipartidos e central multimídia.

Honda WR-V EXL

Sob o capô

O motor que equipa o WR-V é dianteiro e transversal. Trata-se de um 1.5 16V, com quatro cilindros em linha, naturalmente aspirado, de 116 cv a 6.600 rpm e 15,3 kgfm a 4.800, quando abastecido com etanol. A gasolina, a potência é de 115 cv e torque de 15,2 kgfm. 

Sobre o preço

Partindo de R$ 83.400, o Honda WR-V esbarra em competidores de peso na categoria dos SUVs. O Nissan Kicks, atual 4º lugar entre os utilitários compactos, custa R$ 86.990 na versão intermediária SV, e, apesar de mais caro, oferece um pacote de equipamentos mais atraente, com direito a controle de estabilidade, partida por botão e câmera de ré. E é bem mais barato em sua versão de entrada, começando em R$ 71.990 a preços de hoje. O Ford EcoSport, que aparece em 6º lugar no ranking da Fenabrave em 2017, é até mais em conta do que o WR-V na versão SE (parte de R$ 77.990, com câmbio manual) e também é mais generoso em itens de série, com 7 airbags, controle de estabilidade e central multimídia Sync com tela de 5 polegadas compatível com Apple CarPlay e Android Auto. 

Honda WR-V EXL

O WR-V só deve ganhar a mesma atualização de equipamentos que o Fit 2018 em algum momento do primeiro semestre de 2018. Aí ele contará com controle de estabilidade e ar-condicionado digital (além de um sistema multimídia mais moderno), equiparando-se a seus rivais. Atualmente, como ele divide as linhas de produção com o monovolume, a Honda controla bastante a oferta do "SUV", que está atrás de seus principais concorrentes em pelo menos 15 mil unidades. Em 2017, ele ficou em 8º lugar entre os "SUVs" mais vendidos.

Ficha técnica

Modelo Honda WR-V EXL
Motor 1.5, 16V, 4 cilindros, dianteiro, transversal
Potência  116 cv (E) ou 115 cv (G) a 6.600 rpm
Torque 15,3 kgfm (E) ou 15,2 kgfm (G) a 4.800 rpm
Câmbio CVT
Tração Dianteira
Freios (d/t) Discos ventilados / tambor
Suspensão (d/t) McPherson / eixo de torção
Dimensões (C/L/A) 4,00 m / 1,69 m / 1,60 m
Entre-eixos 2,55 m
Peso 1.130 kg
Porta-malas 363 litros
Avaliação Profissional KBB
3 de 5
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