O Jeep Renegade foi um dos maiores beneficiados pelas medidas de incentivo anunciadas pelo Governo Federal no final de maio. Mesmo sem ter versões dentro do teto de R$ 120 mil que dá direito à redução de impostos, o SUV passou a ter duas configurações vendidas pelo mesmo preço após os descontos aplicados pela própria marca.
Embora tivessem preços diferentes, as versões 1.3 Turbo e Sport estão sendo vendidas por R$ 115.990 (custavam R$ 125.990 e R$ 134.990, respectivamente). A diferença de valores era definida pelo nível de equipamentos e prazo de garantia de fábrica.
Para chegar à uma versão R$ 9 mil mais em conta que a Sport, a Jeep retirou itens como o tampão do porta-malas, os tapetes, os racks de teto, as luzes do porta-luvas e do para-sol e até mesmo o filtro de purificação de ar da cabine.
Além disso, a garantia do Renegade 1.3 Turbo é de apenas um ano, enquanto a partir da versão Sport o SUV tem cobertura de três anos.
De resto, as versões 1.3 Turbo e Sport são equipadas de série com seis airbags, controles de estabilidade e tração, frenagem autônoma de emergência, assistente de manutenção em faixa, detector de fadiga do motorista, ar-condicionado, faróis full LED, sistema start-stop, freio de estacionamento eletrônico, quadro de instrumentos com tela TFT de 3,5 polegadas, central multimídia de 7” com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, piloto automático e rodas de liga leve de 17”.
O motor é o mesmo das demais versões: 1.3 turboflex de quatro cilindros com injeção direta, que entrega 170/185 cv de potência (gasolina/etanol) e 27,5 kgfm de torque, combinado ao câmbio automático de seis marchas e tração dianteira. É o mesmo conjunto da configuração Longitude (R$ 150.990).
A caixa automática de nove marchas e o sistema de tração 4x4 são exclusivos das configurações S e Trailhawk (custam R$ 174.990 cada).
As suas versões do Renegade contempladas pelos descontos mostram que são mais simples em alguns detalhes. Apesar do nível de equipamentos condizente para carros na faixa dos R$ 140 mil, as maçanetas externas e os retrovisores não são pintados na cor do veículo e os bancos são revestidos por tecido de padronagem simples, porém, de boa qualidade.
O acabamento interno segue o melhor do segmento, com montagem bem executada utilizando materiais espumados em boa parte da cabine. O painel com instrumentos analógicos e uma pequena tela monocromática é outro detalhe que distingue essas versões das mais caras, equipadas com uma tela digital configurável.
A central multimídia, mesmo com uma tela menor, utiliza a mesma interface dos modelos mais caros. O equipamento é fácil de usar e ainda permite o espelhamento do telefone celular sem a necessidade de cabos.
Independentemente da versão, o Jeep Renegade é um carro que trata bem os ocupantes, embora o espaço do banco traseiro não seja dos melhores para passageiros de maior estatura. O porta-malas de 320 litros também não é convidativo para fazer viagens longas com muita bagagem.
Entretanto, o Renegade continua sendo um carro confortável tanto na cidade quanto na estrada, uma vez que as suas suspensões independentes nas quatro rodas são eficientes na absorção de imperfeições no asfalto e lidam muito bem com a inclinação da carroceria nas curvas. E essa dinâmica acertada ficou ainda mais notável após a troca do antigo motor 1.8 aspirado de 139 cv pelo 1.3 turbinado de 185 cv.
A altura livre do solo de quase 19 centímetros e o bom ângulo de entrada evitam que o SUV raspe a parte inferior do para-choque na hora de passar sobre lombadas mais altas ou acessar estacionamentos.
Se antes o Renegade era motivo de críticas (e até piadas) pelo fraco desempenho e elevado consumo de combustível, agora o SUV é um dos modelos mais rápidos da categoria – mas continua sedento por combustível. O novo motor trouxe uma disposição em acelerações e retomadas superior ao do 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 kgfm, que deixou de ser oferecido no SUV desde o ano passado.
Qualquer cutucada no acelerador faz o SUV disparar, principalmente se o modo esportivo do câmbio automático estiver acionado. Nessa condição as trocas de marchas são feitas a giros mais altos para priorizar o desempenho.
Mas essa disposição toda cobra o seu preço. Abastecido com etanol, o carro testado não fez mais que 6 km/l na cidade e 9 km/l na estrada.
Veredicto – com o melhor custo-benefício da gama, o Renegade Sport já era a versão mais vantajosa mesmo antes dos descontos aplicados pela Jeep. O SUV traz os equipamentos necessários para um carro da sua faixa de preços, é bem construído e agradável de guiar. Por pouco mais de R$ 115 mil não há opção melhor no segmento, mas fica a dúvida se a marca conseguirá atender a demanda enquanto mantiver o preço promocional.
Ficha técnica Jeep Renegade Sport T270
Preço: R$ 115.990 (junho de 2023)
Motor: dianteiro, transversal, 1.3 turboflex, injeção direta
Potência: 180/185 cv a 5.750 rpm (gasolina/etanol)
Torque: 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Tração: dianteira
Direção: elétrica
Suspensão dianteira: independente McPherson
Suspensão traseira: independente multilink
Freios dianteiros: discos ventilados com ABS e EBD
Freios traseiros: discos com ABS e EBD
Pneus 215/60 R17
Rodas: liga leve 17 polegadas
Dimensões: 4.268 mm de comprimento/ 1.805 mm de largura/ 1.696 mm de altura/ 2.570 mm de distância entre-eixos
Volume do porta-malas: 320 litros
Volume do tanque de combustível: 55 litros
Peso em ordem de marcha: 1.468 kg
Carga útil: 400 kg
Altura mínima do solo: 186 mm
Ângulo de entrada: 21,0°
Ângulo de saída: 31,0°
Ângulo de rampa: 22,0°
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,8 segundos/8,7 segundos (gasolina/etanol)
Velocidade máxima: 208/210 km/h (gasolina/etanol)
Consumo (Inmetro)
Ciclo urbano: 11,0 km/l (gasolina) / 7,7 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 12,8 km/l (gasolina) / 9,1 km/l (etanol)
