Em fevereiro deste ano, relatamos por aqui as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público de Minas Gerais que davam conta de fraudes cometidas no DPVAT. Mais conhecido como "seguro obrigatório", a tarifa cobrada anualmente dos donos de carros brasileiros não andava sendo revertida para indenizações. Teria sido desviada por esquemas ilegais, com relatos falsos de acidentes sendo indenizados, e de casos reais, relatatos pelos amigos do Auto Papo, que não recebem um tostão. As reduções constantes do valor do DPVAT seriam a prova de que tem caroço neste angu. Afinal, que empresa sobreviveria a reduções de 70% nos valores pagos a seus serviços? Foi o que aconteceu com o DPVAT de 2016 a 2018. Pois em 2019 a redução será ainda maior: de até 79%.
Decidida pelo CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados), a redução teria sido possível por reservas técnicas superiores às necessárias à atuação da Seguradora Líder, o consórcio de empresas que gerencia o DPVAT. E que passou a reforçar seus comunicados de imprensa desde que os escândalos emergiram. Há até um site da empresa para o acompanhamento de pedidos de indenização, mas cuidado: ele parece ter sido invadido por hackers. O Google Chrome não permite o acesso sob risco de os usuários terem seus dados pessoais roubados. Confira abaixo a tabela com as reduções:
Como se nota, a redução para carros foi menor, de 71%. Ainda assim, o DPVAT caiu de R$ 41,40 para apenas R$ 12. A Seguradora Líder critica a decisão e diz que o excedente de grana poderia ter sido revertido para indenizações maiores, mas a verdade é que tudo aponta para a necessidade de uma reforma pesada no sistema de indenizações em acidentes de trânsito. Que ainda seja obrigatório, mas que permita competição entre seguradoras que ofereçam serviços melhores e eventualmente mais baratos. Com coberturas maiores, que realmente gerem tranquilidade a quem enfrentar qualquer problema na malha viária brasileira. Vejamos como os novos governo e legislatura federal lidarão com a situação.